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Terça-feira, 13 de Maio de 2025

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Quando lemos, não estamos mais a sós

Um dos poderes da literatura é se fazer presente

Vinício Souza - Literatura
Por Vinício Souza - Literatura
Quando lemos, não estamos mais a sós
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Os livros sempre me fizeram companhia. Me recordo bem de uma das primeiras histórias que eu, curioso e amante de mistérios, ganhei quando criança: Na Mira do Vampiro, do autor Lopes dos Santos, pertencente à coleção Vagalume. Nascia ali um interesse pela arte das palavras. Hoje, ao alcance de minha mão, estão Edgar Allan Poe, Machado de Assis, Agatha Christie, Dostoiévski, Victor Hugo e muitos outros que ganharam seu lugar. Não os enxergo fisicamente, os vejo através de seus livros — através de seus legados.

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Quando iniciamos uma leitura, ainda que estejamos em nosso quarto, sentados numa posição confortável, com o som do virar de páginas se destacando no silêncio, mesmo neste momento, nós não estamos sozinhos. Leitor encontra escritor. E quem é o autor do livro senão um amigo que cumprimentamos quando abrimos a obra? Com certeza não é alguém silencioso. Ele conversa; fala baixo, quase sussurra; grita; quer ser ouvido; tem vezes que parece querer abraçar. Faz tudo isso por meio de palavras. Nosso papel nessa relação é criar sentido e com ele aprender, nos tornando pessoas diferentes das quais éramos desde a primeira página. 

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Livro, arma poderosa. Seja ficção ou não-ficção, faz pensar. Nos força a enxergar a vida por outros pontos de vista. Mesmo em uma pandemia, nos faz viajar. Com seus diálogos, parágrafos, enredos e personagens, proporciona a fuga da realidade. Nos auxilia a observarmos o mundo com um olhar crítico, que fuja da aversão.

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Leitor rápido ou mais devagar, não interessa. O que importa é a viagem, aquilo que conseguimos absorver. Os Miseráveis, Harry Potter, A Odisséia, façamos nossas escolhas. Preconceito literário? Perda de tempo. A leitura irá dinamizar o nosso raciocínio e a nossa interpretação. 

Neste ano de incertezas e de desesperos, bons livros tornam-se calmantes. É tempo de ler o que nos faz bem. Toda trama que nos desperte a empatia é essencial. E, se por ventura não estejamos tão ávidos pelos clássicos e pelos contemporâneos, se a preocupação dificultar a concentração, não há problema. Os livros estarão fazendo o que sempre fazem: esperando alguém para lê-los.

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Assim, continuo minhas leituras por aqui. Caso venha a me esquecer do poder da literatura, basta eu olhar para o lado e lá estará Na Mira do Vampiro, um pouco desgastado pelo tempo, mas com um lugar especial sobre a estante. Ele me fará lembrar a paixão pela leitura e, mais importante, que com os livros eu nunca estarei só.

“Um leitor vive mil vidas antes de morrer. O homem que nunca lê vive apenas uma.” — George R. R. Martin.

 


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