O ambientalista gaúcho José Lutzenberger receberá uma homenagem na Virada Sustentável 2022, que chega à sétima edição em Porto Alegre, de 11 a 27 de novembro. Ele será retratado em um mural de 50 metros de altura, pelo artista Kelvin Koubik, no prédio do IPE, na Avenida Borges de Medeiros. A inauguração está prevista para 17 de novembro, durante o evento. Além de valorizar a luta de Lutz pela preservação ambiental, o ato marcará os 20 anos da morte dele, que também foi agrônomo, escritor, filósofo e paisagista.
A fachada lateral no edifício-sede do IPE Prev e do IPE Saúde servirá de tela para o artista visual e muralista. Além da posição estratégica da parede de 50 metros de altura, o edifício-sede foi escolhido pela sua representatividade para o povo gaúcho. A inauguração da obra contará com a presença de autoridades e dos servidores.
O projeto é financiado pelo Pró-Cultura RS, com apoio da prefeitura, da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Gaia e patrocínio de CEEE Equatorial, Sulgás e Tintas Renner.
Sobre José Lutzenberger
José Antonio Lutzenberger (nascido em Porto Alegre, 17 de dezembro de 1926 — falecido em Porto Alegre, 14 de maio de 2002) foi um agrônomo, escritor, filósofo, paisagista e ambientalista brasileiro que participou ativamente na luta pela preservação ambiental.
Filho de imigrantes alemães, formou-se como agrônomo especializado em adubos, e por muitos anos trabalhou para companhias do setor, a maior parte do tempo para a Basf, viajando a serviço para vários países como um técnico e executivo da empresa. No fim dos anos 1960 começou a se desiludir com as políticas agrícolas danosas para o meio ambiente, e em 1970 deixou seu emprego para dedicar-se à causa do ambientalismo.
Em 1971, junto com um grupo de simpatizantes de Porto Alegre, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), uma das primeiras associações ecológicas do Brasil, e à sua testa ganharia projeção local, nacional e internacional em inúmeras campanhas, conseguindo importantes conquistas em uma época em que o ambientalismo ainda era coisa desconhecida pela maioria. De fato, conseguiu chamar grande atenção para o tema com sua personalidade enérgica e combativa e seu sólido preparo intelectual e científico. Sua liderança do movimento no Brasil se consolidou em 1976, quando lançou o livro Manifesto Ecológico Brasileiro: O Fim do Futuro?, sua obra mais conhecida. Publicou muitos outros textos e palestrou pelos quatro cantos do mundo, sensibilizando grandes e influentes audiências, e ao mesmo tempo despertando a fúria de outros setores da sociedade, sendo chamado, ao mesmo tempo, de gênio pioneiro e de louco fanático.
Em 1987 se desligou da Agapan e criou a Fundação Gaia, dedicada à promoção de um modelo de vida sustentável, presidindo-a até sua morte. Continuava envolvido em inúmeros outros projetos locais e em outras regiões, conduzindo também uma empresa de reciclagem de resíduos industriais. Em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a pasta do Meio Ambiente. Sua atuação foi breve e muito controversa, mas deixou realizadas obras importantes como a demarcação das terras ianomâmis. Seu estilo contundente de crítica, não poupando ninguém, muito menos o governo, não cessou de lhe trazer problemas, e após denunciar a corrupção no Ibama, em 1992, foi demitido.
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