O Foro de Guaíba, na Região Metropolitana, realizou nesta terça-feira (30) a última audiência referente ao caso de Kerollyn Souza Ferreira, menina de 9 anos encontrada morta em um contêiner de lixo próximo a uma escola no dia 9 de agosto de 2024. A sessão, conduzida pela Juíza de Direito Andreia da Silveira Machado, da 1ª Vara Criminal da Comarca, marcou o encerramento da fase de oitivas e interrogatórios, que incluiu o depoimento de 40 testemunhas e o interrogatório dos dois réus do processo: a mãe e o pai da criança.
A mãe da vítima é acusada de homicídio doloso por omissão e de maus-tratos contra seus outros quatro filhos, enquanto o pai responde por abandono material em relação à menina. Durante o processo, a investigação apontou que a mãe admitiu ter administrado, no dia dos fatos, meio comprimido de clonazepam de 2 mg à filha sem prescrição médica. Segundo relatos da acusação, ela percebeu posteriormente que a menina havia saído de casa, mas não tomou medidas imediatas, mencionando que a porta da residência estava quebrada e não podia ser trancada.
A denúncia do Ministério Público foi aceita pela Justiça em setembro de 2024, tornando os dois réus parte do processo criminal. Em dezembro, a 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) concedeu provimento ao recurso do MP e decretou a prisão preventiva da mãe, que permanece detida. O pai segue solto.
As próximas etapas do processo incluem a análise de pedidos de diligências apresentados pelas partes, o encerramento da instrução processual e a apresentação de memoriais, nos quais acusação e defesa resumem suas provas e argumentos. Após essas fases, será proferida a decisão de pronúncia, que definirá se os réus serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. O caso segue tramitando sob segredo de justiça, mantendo detalhes sobre investigações e estratégias das partes fora do acesso público.
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