O Tribunal do Júri de Guaíba condenou a 20 anos de prisão um homem acusado de feminicídio na cidade de Guaíba. Em julho de 2021, ele estrangulou a ex-companheira Elizângela Silva de Lima, que já havia obtido medida protetiva por causa de episódios constantes de agressão.
Conforme a promotora Mariana de Azambuja Pires, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), o réu mantinha a vítima sob violência física, psicológica, moral e patrimonial. A lista de abusos incluía ameaças de morte, constrangimento público, chantagem envolvendo o filho do casal e vigilância de telefonemas, dinheiro e cartões bancários.
“Ele também inventava intrigas para que os vizinhos se posicionassem contra Elizângela, além de prometer que a ex-mulher nunca recuperaria a guarda da criança se não retomasse a relação”, sublinhou a acusação.
Cerca de duas semanas antes da situação chegar a um desfecho fatal, a mulher registrou boletim de ocorrência policial informando que o denunciado havia entrado à força na casa da vítima, negando-se a deixar o local. Já nesse momento se configurava o descumprimento das medidas protetivas.
“Ela mencionou que as agressões que sofria eram tamanhas que os vizinhos chegaram a interpelar a proprietária do imóvel, alugado por Elizângela”, prosseguiu o relato do Ministério Público.
De acordo a promotora Daniela Fistarol, que também atuou no julgamento, a sentença teve por base o crime e seus agravantes: motivo torpe (sentimento de posse em relação à vítima), uso de meio cruel e com dificuldade à defesa da vítima (recurso à superioridade física do agresso) e delito praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Também foram levados em conta os reiterados casos de violência doméstica e familiar.
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