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Domingo, 25 de Maio de 2025

🚔 Segurança e Polícia

Justiça condena empresa a pagar R$ 3 milhões por trabalho análogo à escravidão no RS

Decisão atinge a empresa Fênix, responsável pela contratação de trabalhadores para colheita de uvas Mais de 200 pessoas foram resgatadas em condições degradantes em Bento Gonçalves, em 2023 Relatos incluíram tortura com spray de pimenta e choques elétricos; cabe recurso da sentença

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Justiça condena empresa a pagar R$ 3 milhões por trabalho análogo à escravidão no RS
Divulgação/MPT/g1
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Empresa é condenada a pagar R$ 3 milhões por manter trabalhadores em regime análogo à escravidão na Serra Gaúcha

A Justiça do Trabalho condenou a empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. a pagar R$ 3 milhões em indenizações para 210 trabalhadores que foram resgatados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS), no início de 2023. A decisão, proferida pela 2ª Vara do Trabalho da cidade, ainda cabe recurso.

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O caso veio à tona após uma operação da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério do Trabalho libertar 207 pessoas de um alojamento insalubre, onde relataram ter sido submetidas a cárcere privado, agressões físicas, ameaças, tortura com choques elétricos e uso de spray de pimenta. A maioria dos trabalhadores era oriunda da Bahia.

A empresa atuava como intermediária na contratação de mão de obra para grandes vinícolas da região, como Aurora, Garibaldi e Salton. Os contratados foram levados ao Rio Grande do Sul com promessas de trabalho digno na colheita de uvas, mas acabaram vivendo em condições precárias.

O empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana, responsável pela Fênix, chegou a ser preso em fevereiro de 2023, mas foi liberado após pagamento de fiança. A investigação criminal segue em andamento na Justiça Federal.

Além da empresa, outras sete pessoas e oito empresas tiveram bens bloqueados, sob suspeita de ocultação patrimonial. A Justiça apontou que o grupo empresarial tentou proteger seus ativos após a repercussão do caso.

As vinícolas envolvidas assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, comprometendo-se a pagar R$ 2 milhões em indenizações aos trabalhadores e outros R$ 5 milhões destinados a projetos sociais na Bahia e no Rio Grande do Sul.

O pagamento de verbas rescisórias já foi efetuado, somando mais de R$ 1 milhão. No entanto, a Fênix se recusou a firmar acordo para indenizações individuais, o que levou à condenação judicial agora imposta.

FONTE/CRÉDITOS: Por g1 RS
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