Na terça-feira (8), policiais civis da Delegacia de Polícia de Guaíba, ao verificarem informação de que pessoas estariam em situação análoga à de escravo, realizaram diligência em um alojamento, no Bairro Ipê, na cidade de Guaíba, onde estavam seis trabalhadores, a maioria de outros Estados da Federação, em condições insalubres de moradia.
As vítimas, uma gaúcha e as outras oriundas da Bahia, de Minas Gerais e do Pará, haviam sido cooptadas por um empreiteiro, a fim de realizarem obras relativas à construção civil, com a promessa de carteira assinada, café, almoço, janta e alojamento gratuito, e o recebimento de 3 reais por metro quadrado de bloco construído.
Quando chegaram, os trabalhadores foram surpreendidos por um alojamento em condições precárias, sem cama, com apenas três colchões no chão, banho frio, alimentação de péssima qualidade (crua, sem sabor, onde foram encontrados plástico e cabelos).
As carteiras de trabalho não foram assinadas e nenhum valor foi pago. Estranhamente, os empregados foram orientados a mentir para os encarregados da empresa onde iriam prestar serviço que haviam feito exame admissional, o qual não havia ocorrido.
As vítimas trabalharam por alguns dias e depois ficaram ociosas no alojamento, sem entender o que estava acontecendo e sem receber qualquer explicação.
Quando um dos trabalhadores cobrou o pagamento pelo serviço prestado e reclamou das condições, foi retirado do alojamento de forma ameaçadora por seis homens de uma empresa de segurança sem receber pagamento algum.
A partir desse dia, sumiram as chaves do alojamento e as portas não puderam mais ser trancadas, o que as vítimas entenderam como uma ameaça.
Os trabalhadores afirmaram que, ainda no dia de hoje, os mesmos "seguranças" estavam na frente do alojamento, em tom de ameaça. Dando sequência às diligências, os agentes encontraram o suspeito, proprietário de uma empreiteira paulista, ao qual foi dada voz de prisão em flagrante.
As vítimas foram ouvidas e encaminhadas a um lugar seguro, onde receberão auxílio da Secretaria da Ação Social e do Ministério do Trabalho.
O investigado foi encaminhado ao sistema prisional. Segundo a Delegada Karoline Calegari, as investigações serão aprofundadas e a Polícia já tem suspeitos de quem sejam os seguranças responsáveis por coagir as vítimas.
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