O Tribunal do Júri da Capital condenou nesta terça-feira (2) Bruno Luís Gomes do Canto a 26 anos de prisão pelo homicídio de Brenda dos Santos Baptista, de 20 anos, ocorrido em junho de 2024 no bairro Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre. Além da condenação por feminicídio, o réu foi sentenciado pela ocultação do cadáver da vítima.

O julgamento, realizado no Foro Central de Porto Alegre, durou cerca de 13 horas e contou com o depoimento de seis testemunhas, sendo quatro de acusação e duas de defesa. Bruno do Canto estava preso desde julho de 2024, após a localização do corpo de Brenda, e permanecerá no sistema prisional sem possibilidade de recorrer em liberdade.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o crime ocorreu em 29 de junho de 2024. Brenda havia desaparecido por uma semana antes do corpo ser encontrado. A promotora Luciana Cano Casarotto destacou que a vítima teria sido atraída pelo réu sob o pretexto de participar de uma festa junina. Segundo o MPRS, no local, Bruno do Canto teria asfixiado Brenda utilizando o golpe conhecido como "mata-leão" e arrastado o corpo para a mata, dificultando sua localização.
A investigação aponta que a motivação do crime estaria ligada à informação de Brenda sobre uma possível gravidez. Um teste positivo foi localizado entre os pertences da jovem, embora exames posteriores não tenham confirmado a gestação. Durante o julgamento, o MPRS sustentou a acusação de homicídio quadruplamente qualificado – por motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, asfixia e feminicídio – além de ocultação de cadáver.
“A condenação é um ato de justiça, que reafirma que Porto Alegre não tolera violência extrema contra mulheres que confiam em quem, tragicamente, as mata”, afirmou a promotora Luciana Cano Casarotto, acrescentando que o Ministério Público mantém o compromisso de atuar em casos de violência de gênero e buscar a responsabilização dos autores.

A defesa do réu, representada pela advogada Patrícia Savela, informou que irá recorrer da decisão, citando influência de uma suposta confissão durante a fase inquisitória no convencimento do Conselho de Sentença.
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Canais de atendimento e apoio em casos de violência
Esses serviços integram a rede de proteção às vítimas de violência, promovendo escuta, acolhimento e encaminhamento para medidas de proteção e responsabilização dos agressores.
Casos de violência doméstica e sexual podem ser denunciados de forma presencial, por telefone ou online. A seguir, estão disponíveis os principais canais de atendimento:
Brigada Militar – Emergência: 190 (atendimento 24h em todo o estado)
Polícia Civil – Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher ou qualquer delegacia de polícia
Delegacia da Mulher de Porto Alegre – Rua Professor Freitas e Castro, Palácio da Polícia, bairro Azenha - Telefones: (51) 3288-2173 / 3288-2327 / 3288-2172 ou Disque 197
Delegacia Online – Registro de ocorrências e solicitação de medidas protetivas pela internet
Central de Atendimento à Mulher – Disque 180 – Atendimento 24h, gratuito e confidencial
Defensoria Pública do RS – Apoio jurídico gratuito: 0800 644 5556
Atendimento em Guaíba:
Centro de Referência de Atendimento à Mulher Jussara Brito (CRAM) - Endereço: Rua Santa Catarina, 81, Centro, Guaíba. Oferece atendimento psicológico, jurídico e social.
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