O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18/07/2024), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresenta dados alarmantes sobre o roubo e furto de celulares no Brasil em 2023. Ao todo, foram registrados 937.294 casos, o que representa uma média de quase dois aparelhos subtraídos por minuto.
Um fato marcante do levantamento é que, pela primeira vez, o número de furtos superou o de roubos, com 494.295 contra 442.999 casos, respectivamente. Apesar da alta expressiva, os números indicam uma redução de 4,7% em relação a 2022.
As marcas mais visadas pelos criminosos foram Samsung (37,4%), Apple (25%) e Motorola (23,1%). iPhones, apesar de representarem apenas 10% do mercado nacional, figuraram em um quarto das subtrações. Em 78% das ocorrências, os crimes aconteceram em vias públicas, com maior incidência em dias de semana, entre 5h e 7h da manhã e 18h e 22h, coincidentemente com os horários de pico de deslocamento nas grandes cidades.
Nos casos de furto, os finais de semana concentram 35% das ocorrências, com horários de menor movimento nas cidades, entre 10h e 11h e das 15h às 20h.
Manaus, Teresina, São Paulo, Salvador e Lauro de Freitas lideram estatísticas
As cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares são Manaus (2.096,3 casos por 100 mil habitantes), Teresina (1.866), São Paulo (1.781,6), Salvador (1.716,6) e Lauro de Freitas (BA) (1.695,8). A taxa média nacional é de 461,5 ocorrências por 100 mil habitantes.
O anuário também revela um aumento preocupante nos estelionatos, com 1.965.353 casos registrados em 2023, um golpe a cada 16 segundos. Esse número representa um crescimento de 8,2% em relação a 2022 e 360% em relação a 2018.
Para David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a mudança no perfil dos crimes patrimoniais está diretamente relacionada à centralidade dos celulares na vida das pessoas. "O celular se tornou a porta de entrada para um mundo híbrido, onde as finanças são digitalizadas e as redes sociais são utilizadas com frequência", afirma ele.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com base em informações oficiais de diversas fontes, serve como base para a formulação de políticas públicas de segurança mais eficazes no combate à criminalidade patrimonial no Brasil.
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