O Supremo Tribunal Federal (STF) deu um passo importante na análise das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que questionam pontos específicos da reforma da Previdência de 2019. Nesta quarta-feira, 19 de outubro, a Corte formou maioria para derrubar algumas mudanças implementadas pela reforma, com impacto direto sobre a contribuição de aposentados.
Entre os pontos mais debatidos, os ministros do STF decidiram que as contribuições extraordinárias, que afetavam aposentados que recebem acima do salário mínimo, são inconstitucionais. Além disso, a Corte também votou pela inconstitucionalidade das contribuições sobre valores que superem o salário mínimo para aposentados que recebem até R$ 7.700. A decisão representa uma redução significativa nos valores descontados para a Previdência para essa faixa de aposentados, o que pode ter um grande impacto financeiro para muitos aposentados e pensionistas.
O julgamento das ADIs, que envolvem as ações de números 6.254 a 6.916, também trata de outras questões, como a diferença de tratamento entre servidoras públicas e mulheres do setor privado, que foi considerada inconstitucional. No entanto, alguns pontos, como o fim da "imunidade do duplo teto" e as mudanças no cálculo da pensão por morte, foram mantidos como constitucionais.
O julgamento foi interrompido após o voto de Gilmar Mendes, que pediu vista sobre o tema da progressividade das alíquotas. O voto dele ainda é aguardado para definir a questão de forma definitiva. Até o momento, os ministros Fachin, Rosa Weber e Dias Toffoli divergem do relator, Luís Roberto Barroso, e consideram que diversos pontos da reforma de 2019 são inconstitucionais.
O impacto das mudanças pode ser profundo, principalmente para aposentados que recebem acima de um salário mínimo, uma vez que o STF já formou maioria para revogar a cobrança de contribuições extraordinárias e a aplicação de alíquotas progressivas. As discussões continuam, e o julgamento segue com a possibilidade de novos ajustes e modificações.
Comentários: