Em meio à crescente tensão política, a ByteDance, controladora do TikTok, está considerando vender sua operação norte-americana para Elon Musk, caso o banimento do aplicativo seja formalizado nos Estados Unidos. Esse banimento, que pode ocorrer a partir de 19 de janeiro, é o ponto culminante de um processo que teve início ainda no governo de Donald Trump, em 2020, e foi revigorado pela administração Biden.
A possibilidade de a operação do TikTok nos EUA ser adquirida pelo fundador do X (ex-Twitter) causou grande desconforto entre os executivos da ByteDance, especialmente por conta da intervenção de autoridades chinesas. Elas possuem ações preferenciais na empresa, o que lhes dá poder de vetar qualquer decisão estratégica. Além disso, as rígidas leis de exportação da China impedem que empresas do país vendam seus algoritmos e softwares. No entanto, fontes indicam que o governo chinês vê a venda do TikTok para um aliado do presidente eleito dos EUA, como Musk, como uma opção viável para evitar o bloqueio.
A legislação aprovada por Biden em abril de 2024 exige que a ByteDance encontre um comprador americano para a operação do TikTok. Caso isso não aconteça, o aplicativo poderá ser proibido de operar no país. Esta lei, que foi aprovada com um prazo inicial de 270 dias, reflete as preocupações das autoridades dos EUA sobre a segurança nacional, devido à possibilidade de o governo chinês ter acesso aos dados de usuários americanos.
Elon Musk, que tem estreitas relações com a China e é um apoiador ativo de Trump, poderia ser o comprador ideal. O empresário já contribuiu com milhões de dólares para a campanha de reeleição de Trump e tem uma série de contratos com agências governamentais, o que torna a aquisição do TikTok uma possibilidade ainda mais forte. Além disso, Musk poderia usar o TikTok para ampliar o alcance de suas outras empresas, como a Tesla e a SpaceX, além de fortalecer sua própria rede social, o X.
Entretanto, a venda para Musk não é a única opção no horizonte. Outros investidores, como o bilionário Frank McCourt e o empresário Kevin O'Leary, também demonstraram interesse em adquirir a plataforma. Caso a ByteDance decida continuar sua batalha judicial, outra possibilidade seria a criação de um novo aplicativo para o público dos EUA, o que, segundo especialistas, teria eficácia limitada.
O futuro do TikTok nos Estados Unidos segue incerto, com as autoridades judiciais decidindo sobre o futuro da plataforma, enquanto os executivos da ByteDance tentam encontrar uma solução para evitar o banimento.
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