Após mais de três anos de obras, foi inaugurada na quarta-feira (10) a nova Cadeia Pública de Porto Alegre, construída no local onde funcionava o Presídio Central. O investimento do governo estadual foi de R$ 139 milhões. A unidade tem capacidade para 1.884 detentos e começará a receber internos a partir do fim de semana.

Segundo a administração estadual, a estrutura é voltada principalmente para presos provisórios, vinculados ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp). No entanto, a utilização também poderá incluir condenados, desde que respeitada a capacidade máxima estabelecida.
O novo espaço foi dividido em nove módulos de convivência, com 240 celas. A maioria das celas comporta até oito pessoas, enquanto as adaptadas para pessoas com deficiência possuem espaço para quatro. Entre as mudanças implementadas estão a obrigatoriedade do uso de uniformes padronizados, a instalação de lavanderia interna e a substituição das antigas cantinas por uma cozinha central, onde detentos trabalharão na preparação dos alimentos.
A estrutura foi projetada com medidas adicionais de segurança. Entre elas, ausência de tomadas nas celas, instalação de ventiladores nos corredores, bloqueadores de sinal, sistema antidrone e passarelas elevadas que permitem a abertura e fechamento das portas sem contato direto entre agentes penitenciários e presos.
Na área da saúde, a cadeia contará com uma Unidade Básica de Saúde (UBS) instalada em convênio com a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, além de serviço de telemedicina. As visitas íntimas deverão ser agendadas e ocorrerão em salas específicas.
Para a construção, iniciada em julho de 2022, foi necessário transferir cerca de 3,3 mil presos para outras unidades do Estado. Desde dezembro de 2023, o espaço estava desocupado para conclusão das obras. O último prédio remanescente do antigo Central, conhecido como prédio “E”, será demolido e dará lugar a um pavilhão de trabalho prisional, estimado em R$ 2 milhões.

Desde 2019, o governo estadual afirma ter aplicado mais de R$ 1,4 bilhão no sistema prisional, dos quais R$ 1,3 bilhão em obras que devem criar 12 mil novas vagas até 2026. Outros R$ 210 milhões foram destinados à compra de equipamentos, tecnologias e veículos para a Polícia Penal.
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