Um novo banco de areia surgido no Lago Guaíba após a enchente de 2024 permanece visível um ano depois e pode se transformar definitivamente em parte da paisagem de Porto Alegre. Localizado entre o estádio Beira-Rio e o bairro Sans Souci, em Eldorado do Sul, o local já apresenta vegetação e sinais de vida animal, mas também enfrenta um grave problema: o acúmulo de lixo.
Durante visita recente da reportagem ao local, foi possível observar garrafas plásticas, calçados, lâmpadas, brinquedos e até peças de eletrônicos espalhados pela nova faixa de terra. O fenômeno, segundo especialistas, é comum após grandes cheias e pode resultar em ilhas estáveis com o tempo.
“O que vemos agora é o começo de um processo natural. Com o passar dos anos, a areia vai se compactar, surgirá solo fértil e a vegetação se fixará. Foi assim com outras ilhas do Guaíba”, explica Fernando Fan, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS.
A formação tem cerca de 0,5 km², uma pequena fração do total do lago, que cobre cerca de 496 km². O professor também destacou que esse tipo de formação não representa risco em termos de aumento das enchentes, já que o volume é considerado irrelevante em relação à capacidade do Guaíba.
A expectativa é de que o novo banco de areia se torne permanente, mas o alerta para o descarte de resíduos é urgente. A quantidade de lixo visível preocupa ambientalistas e reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à preservação do lago e à educação ambiental.
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