A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, deflagrou na tarde desta quinta-feira (9) a Operação “Orange”, com o objetivo de investigar crimes de estelionato e violações das relações de consumo praticados por uma agência de turismo. Segundo as autoridades, centenas de clientes em todo o país foram vítimas do esquema, que teria gerado um prejuízo estimado em mais de R$ 2 milhões.
Os proprietários da agência, um casal cuja identidade não foi revelada, foram presos preventivamente em uma abordagem realizada na RS-118, no trecho entre Viamão e Gravataí. A ação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, que resultaram na coleta de celulares, um computador, documentos empresariais, veículos e outros bens ligados ao caso.
Conforme a delegada Jeiselaure de Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, as medidas cautelares patrimoniais incluíram o bloqueio das contas bancárias da empresa e do casal, bem como o sequestro de bens. Ela destacou que o número de denúncias registradas contra a agência cresceu significativamente na última semana, reforçando as suspeitas sobre as práticas ilícitas.
As ações tiveram respaldo da 2ª Vara Criminal de Viamão, que autorizou as prisões e os mandados após parecer favorável do Ministério Público. Os investigados estão sendo submetidos a procedimentos de praxe na delegacia, incluindo interrogatórios, antes de serem encaminhados ao sistema prisional.
Posicionamento da defesa
Em nota, as advogadas Deise Dutra e Thais Constantin, que representam a sócia da agência Orange Travel, manifestaram surpresa com a prisão preventiva. Segundo as defensoras, desde o início do caso, elas têm enfrentado dificuldades para obter acesso aos autos da investigação, o que se manteve mesmo após a detenção da cliente.
“A defesa da sócia da empresa Orange Travel recebeu, com surpresa, a informação de que a representada foi presa pela delegacia de Viamão, nesta quinta-feira (9). Desde que assumiram o caso, as advogadas Deise Dutra e Thais Constantin tentam acesso aos autos da investigação, mas sem sucesso, inclusive, na data de hoje, a respeito da detenção da cliente.
A defesa não tem nenhuma informação sobre as justificativas que constam no pedido de prisão, tampouco ao que foi acatado pelo Poder Judiciário. A defesa da empresária já esteve na delegacia e sequer foi recebida pela delegada responsável, que também não respondeu aos e-mails enviados ou tentativas de contato telefônico.
As advogadas Deise Dutra e Thais Constantin reforçam a confiança na Justiça e ratificam o pedido de colaboração da polícia civil gaúcha para assegurar o devido direito à defesa“.
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