Um ano após a enchente de maio de 2024, os efeitos da tragédia ainda são sentidos por quem frequenta a Orla do Guaíba, em Porto Alegre. Com os banheiros e estruturas dos bares destruídos pela água, a prefeitura instalou banheiros químicos como alternativa emergencial nos trechos 1 e 3 — solução que tem sido duramente criticada pelos usuários.
No trecho 1, entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias, os banheiros seguem fechados e vandalizados. Cartazes da concessionária GAM 3 Parks alertam que o local está tecnicamente interditado, mesmo com uso constante pela população. Os banheiros químicos disponíveis são alvos de reclamações frequentes por parte dos frequentadores, que apontam mau cheiro, falta de limpeza e condições precárias de uso.
“É a mesma coisa que não ter opção”, desabafa a corredora Maria Eduarda Martins, de 31 anos. O aposentado Nelson Alves, 69, que caminha diariamente na Orla, diz que evita ao máximo usar os sanitários químicos: “Só em último caso e de pé. Não tem como sentar nisso”.
A empresa Pipi Haus, contratada pela prefeitura, é responsável pela manutenção dos banheiros provisórios. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), as obras definitivas no trecho 1 devem começar nos próximos dias. O projeto inclui recuperação das estruturas dos bares, pintura, iluminação, melhorias nas redes de proteção contra enchentes e outras intervenções — com custo estimado em R$ 15 milhões e previsão de duração de 12 meses.
Já no trecho 3, conhecido pelas quadras esportivas, a reforma começou no fim de 2024 e deve ser finalizada no segundo semestre de 2025. Os trabalhos abrangem aplicação de resina em pistas, recuperação de iluminação, taludes e chuveiros, além do plantio de espécies nativas.
Enquanto a revitalização não avança no ritmo esperado, comerciantes da região relatam queda de faturamento e dificuldades de adaptação aos novos espaços temporários. Frequentadores, por sua vez, cobram mais agilidade do poder público e melhores condições de higiene.
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