Uma pesquisa recente do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) revela que 15,7 milhões de argentinos estão vivendo abaixo da linha da pobreza no primeiro semestre de 2024. Este número representa 52,9% da população, o que equivale a 4,3 milhões de famílias.
Os dados mostram um aumento significativo na pobreza desde o segundo semestre de 2023, quando 12,3 milhões de pessoas (41,7% da população) se encontravam nessa situação. Durante os primeiros seis meses da administração do presidente Javier Milei, 3,4 milhões de pessoas passaram a integrar a faixa da pobreza.
O Indec classifica como indigente as pessoas que não têm acesso a uma cesta alimentar que atenda às necessidades diárias de energia e proteína. A pesquisa aponta que 5,4 milhões de argentinos estão nessa condição, o que representa 18,1% da população. Em comparação, no segundo semestre de 2023, esse número era de 3,5 milhões (11,9%).
As medidas econômicas implementadas por Milei, incluindo o corte de gastos e o ajuste das contas públicas, visam estabilizar a economia do país, que enfrenta uma inflação acumulada de 236% nos últimos 12 meses. O índice mensal de preços caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 4,2% em junho de 2024, mas os preços de serviços essenciais continuam elevados.
O impacto das medidas adotadas tem gerado reações variadas entre a população, que enfrenta um mercado de trabalho deteriorado e um Produto Interno Bruto (PIB) em queda. Apesar do aumento das reservas em dólares e do primeiro superávit fiscal desde 2008, a instabilidade cambial e a dívida pública permanecem como desafios significativos para a administração atual.
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