A Segurança Pública alcançou redução inédita dos homicídios em setembro. O total no RS caiu de 126 no ano passado para 103 (-18,3%), o menor para o mês em toda a série histórica – o sistema de contabilização permite extrair o número de vítimas no Estado em separado do de ocorrências a partir de 2005.
Com o resultado, foi mantida a diminuição no acumulado deste ano frente ao mesmo período de 2019. Na soma de vítimas entre janeiro e setembro, o total reduziu de 1.380 no ano passado para 1.281 neste ano (-7,2%), o menor número desde 2007, que teve 1.271 óbitos por assassinato no intervalo de nove meses.
O foco territorial no combate à criminalidade, estratégia empregada pelo RS Seguro, segue como principal fator para a queda nos homicídios. Todo o ranking das 10 maiores reduções em número de vítimas na comparação de acumulados deste ano e do anterior é ocupado por municípios que integram o grupo de 23 cidades priorizadas pelo programa.
Além disso, seis cidades das 23 priorizadas para a análise mensal da GESeg encerraram setembro com zero homicídios registrados: Cachoeirinha, Ijuí, Lajeado, Sapucaia do Sul, Tramandaí e Capão da Canoa – neste último município, completaram-se cinco meses consecutivos sem nenhuma vítima de assassinato, o último ocorreu em abril.
Ataques a banco reduzem 62,3% em setembro
Entre os crimes patrimoniais, que mantiveram cenário generalizado de redução, o destaque é a queda acima da metade nos ataques a banco no Estado em setembro. Enquanto o nono mês de 2019 teve oito ocorrências do gênero, neste ano foram registrados apenas três casos, uma retração de 62,5% – é a maior queda percentual e o menor total no período em toda a série histórica, que a partir de 2012 passou a contabilizar em separado os números de ações contra estabelecimentos bancários.
A redução também é recorde quando considerado o total acumulado desde janeiro. A soma de casos até setembro caiu de 85 em 2019 para 40 em 2020, baixa de 52,9% – assim como na leitura mensal, é o menor total e a maior diminuição percentual desde o início da contagem.
O trabalho de inteligência e pronta-resposta realizado pela Operação Angico da Brigada Militar é um dos principais fatores para desarticulação das organizações criminosas especializadas em atacar instituições financeiras.
Em 13 de setembro, um trio de assaltantes que agiu contra uma agência do Sicredi no município de Itati, no Litoral Norte, foi rapidamente cercado pela mobilização do efetivo da BM. Equipes dos Comandos Regionais do Litoral e da Serra, dos Comandos Rodoviário e Ambiental, do Batalhão de Aviação (BavBM), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do 1º e 4º Batalhões de Choque (BP Choque) saturaram a região em poucas horas. Os três assaltantes, localizados embrenhados em uma área de mata, decidiram entrar em confronto com os policiais e acabaram mortos no tiroteio. Nenhum PM ficou ferido. Com o trio, foram apreendidos três fuzis, uma pistola e um revólver. Também foi recuperado dinheiro levado do banco.
Roubo a transporte coletivo é o menor da série histórica
Repetindo a tendência verificada desde o ano passado, os roubos a transporte coletivo se mantêm no menor nível desde que a contabilização em separado desse delito teve início, em 2012, tanto no cenário acumulado quanto no recorte mensal. Em setembro, a queda foi de 150 ocorrências em 2019 para 108 neste ano (-28%). Na soma desde janeiro, os 1.082 casos atuais representam 39,5% menos que os 1.789 registrados em igual período do ano anterior.
Outros crimes contra patrimônio também apresentaram queda em setembro desse ano na comparação com o mesmo mês em 2019. Os roubos em geral, por exemplo, passaram de 5.079 para 3.207 casos (-24,4%), os furtos, de 9.310 para 6.338 (-31,9%), e os ataques a estabelecimentos comerciais, de 590 para 446 ocorrências.
Feminicídios têm queda pelo quinto mês consecutivo
O reforço nas campanhas de conscientização e canais de denúncia, além da intensificação nas ações de repressão pelas forças de segurança, resultaram em queda nos feminicídios no RS pelo quinto mês consecutivo. Foram seis vítimas em setembro deste ano contra sete no mesmo intervalo de 2019 (-14%) – o número atual repete 2014, com a menor marca da série histórica. Com isso, o acumulado de mulheres assassinadas em razão do gênero desde janeiro de 2020 segue abaixo do registrado em igual período do ano anterior: passou de 70 para 63 vítimas (-10%).
O cenário também é de retração ou estabilidade no comparativo de acumulados em nove meses de 2019 e 2020 entre os outros quatro indicadores de violência contra a mulher monitorados pela SSP: ameaças (-13,1%), lesões corporais (-10,1%), estupros (-1,6%) e tentativas de feminicídios (-0,8%).
Na leitura isolada de setembro, houve queda entre as ameaças (-24,3%), as lesões corporais
(-16,4%) e os estupros (-28,2%). Ponto fora da curva foram as tentativas de feminicídio no mês, que dobraram de 14 para 30 (114,3%). O dado reforça que a sociedade não deve relaxar no papel ativo de proteção às mulheres, denunciando imediatamente qualquer forma de agressão ou abuso. Familiares, amigos, vizinhos e até mesmo desconhecidos podem, e devem, fazer denúncia. A tentativa de feminicídio é o ponto final de um ciclo de violência que, se revelado antes, permite às autoridades adotar medidas preventivas para salvar a vida das vítimas e prender os agressores.
Além do 190 da Brigada Militar e do 197 da Polícia Civil, telefones para acionamento em emergências, suspeitas sobre abusos e agressões podem ser notificadas às polícias pelo Disque Denúncia 181, pelo Denúncia Digital, no site da SSP, ou pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606. Em todos os casos, o anonimato é garantido.
Latrocínios acumulam queda de 10,5% no RS
Outro crime contra a vida que acumula redução é o latrocínio. Entre janeiro e setembro de 2019, houve 57 roubos com morte em todo o Estado, enquanto o mesmo período deste ano registrou 51 casos – uma queda de 10,5%. O total atual é o menor para o intervalo de nove meses desde 2009, que teve 45 ocorrências do tipo.
Em setembro, houve um latrocínio a mais do que no mesmo mês do ano passado: de quatro para cinco casos. Ainda assim, o número se mantém abaixo do patamar de 2011, ano em que houve sete ocorrências e a partir do qual teve início a escalada de roubos com morte que se manteve até 2018.
As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP (clique aqui).
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