O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã da quinta-feira (18), aponta uma redução de 3,4% nas mortes violentas intencionais no Brasil em 2023, em comparação com 2022. Apesar da queda, o país ainda registra um número elevado, com 46.328 óbitos do tipo, o que representa 22,8 mortes violentas a cada 100 mil habitantes.
Dados Alarmes e Desigualdades Regionais
A taxa de MVI no Brasil é quase quatro vezes maior que a média mundial (22,8 contra 5,8 mortes por 100 mil habitantes). O Norte e Nordeste concentram os estados com maiores taxas de homicídios, impulsionados por disputas entre facções e altas taxas de letalidade policial.
De acordo com os dados, o Amapá (69,9), Bahia (46,5) e Pernambuco (40,2) lideram as taxas de MVI por estado. Em contrapartida, São Paulo (7,8), Santa Catarina (8,9) e Distrito Federal (11,1) apresentam as menores taxas.
O município lidera o ranking nacional com 92,9 mortes violentas por 100 mil habitantes, mais de quatro vezes a média nacional. Seis das dez cidades mais violentas do país estão na Bahia.
Investimentos em Segurança Pública
Segundo os dados, o Brasil investiu R$ 137,9 bilhões em segurança pública em 2023, um aumento de 4,9% em relação a 2022. Os investimentos da União cresceram 8,7%, enquanto estados e DF registraram aumento de 3,6%. Municípios lideraram o crescimento, com 13,2% a mais em gastos com segurança, impulsionados pelas Guardas Civis Municipais e "operações delegadas".
Entre os fundos federais, o Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) teve queda de 48,6% entre 2017 e 2023, enquanto o Fundo Nacional de Segurança Pública cresceu 140,8% no mesmo período, alcançando R$ 2 bilhões.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é compilado com base em dados oficiais de governos estaduais, Tesouro Nacional, polícias e outras fontes.
Apesar da queda nas mortes violentas, o Brasil ainda enfrenta um cenário preocupante de violência, exigindo ações consistentes e direcionadas para as regiões e cidades mais afetadas.
A desigualdade nos investimentos em segurança pública entre os entes federativos também merece atenção, buscando-se uma distribuição mais justa e eficaz dos recursos.
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