Foi sepultado na segunda-feira (28), em Porto Alegre, o corpo de Alexandre Moraes de Lara, 31 anos. Ele faleceu no domingo, após permanecer em estado vegetativo desde outubro de 2021. A condição foi causada pela administração de uma dose excessiva de medicamento durante atendimento em um hospital privado da capital.
Segundo informações do processo judicial, à época, Alexandre deu entrada no pronto-atendimento com quadro de arritmia cardíaca. Um médico prescreveu dois comprimidos de 300 miligramas de propafenona. No entanto, uma falha operacional resultou na aplicação de vinte comprimidos, totalizando uma dose dez vezes superior à indicada.
Após a superdosagem, o paciente teve convulsões e parada cardiorrespiratória. Embora tenha sobrevivido, sofreu lesão cerebral considerada irreversível. Desde então, permaneceu internado, em estado de consciência reduzida e com comprometimento funcional progressivo.
Em janeiro de 2024, a Polícia Civil indiciou por lesão corporal gravíssima a médica que realizou o atendimento. A investigação concluiu que houve erro culposo, ou seja, sem intenção de provocar o desfecho. A defesa da profissional argumenta que ela teria sido induzida ao erro por falhas no sistema interno do hospital.
A esposa de Alexandre, que estava grávida na época dos fatos, ingressou com ação judicial contra a instituição hospitalar. O processo segue em andamento e não houve decisão sobre eventual indenização. A situação passou a ser acompanhada por meio de um perfil em rede social, criado para relatar atualizações sobre o estado de saúde do paciente e os desdobramentos legais.
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