Uma nova abordagem para o tratamento do câncer de mama surge como esperança para milhares de mulheres no Brasil. Testada pela primeira vez na América Latina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a técnica de congelamento do tumor, conhecida como crioablação, apresentou 100% de eficácia nos testes iniciais.
O tratamento, já utilizado em países como Estados Unidos e Japão, é minimamente invasivo e pode representar um avanço no combate à doença. No entanto, apesar de sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a crioablação ainda não é coberta pelos planos de saúde nem oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que limita seu acesso no Brasil.
Como funciona o procedimento?
O teste foi realizado no dia 13 de janeiro na Unidade Diagnóstica do ambulatório de Mastologia do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp). A técnica consiste na aplicação de nitrogênio líquido diretamente na região afetada, reduzindo a temperatura para cerca de -140°C. Esse processo congela e destrói as células cancerígenas sem a necessidade de cirurgia tradicional.
“Inserimos, por meio de uma agulha, o nitrogênio líquido a uma temperatura de cerca de 140 graus negativos na região afetada, o que forma uma esfera de gelo, destruindo o tumor. A incisão deixada pela agulha é igual ou até menor à própria biópsia realizada pela paciente”, explicou o professor Afonso Nazário, da Unifesp, responsável pelos testes.
A crioablação pode ser realizada em ambulatório, com anestesia local, sem necessidade de internação hospitalar. Além disso, é um procedimento indolor, rápido e altamente preciso. Segundo os pesquisadores, a técnica é indicada para pacientes com tumores de até 2,5 centímetros, que tenham recomendação primária de cirurgia.
Possibilidades para o futuro
O estudo realizado na Unifesp representa um avanço significativo para que a técnica seja mais amplamente utilizada no Brasil, tanto na rede pública quanto na privada. A comprovação da sua eficácia pode ser um passo importante para que a crioablação seja incorporada aos tratamentos cobertos pelo SUS e por planos de saúde.
O sucesso dos testes iniciais reforça o potencial dessa inovação no enfrentamento do câncer de mama, uma das doenças que mais afetam mulheres no mundo.
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