A comunidade de Guaíba, Eldorado do Sul e das cidades ao redor se preocupa com a possibilidade de instalação de novas praças de pedágio na região. A nova concessão envolve partes da BR-290, da BR-116, da BR-158, da BR-392 e da nova ponte do Guaíba. O trecho a ser concedido soma 674,10 quilômetros de extensão e o estudo prevê a construção de 13 novas praças de pedágio.
O possível retorno da cobrança para 2023 causa desconforto em grande parte da população, que se recorda dos altos valores (chegando até R$ 14,50) pagos na praça de Eldorado do Sul até julho de 2018, quando chegou ao fim o contrato com a Triunfo Concepa, levantando as cancelas do pedágio.
Em outubro foi aberto o cadastro de contribuições para o próximo leilão de rodovias federais gaúchas. Até 1º de dezembro as propostas serão recebidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Em 11 de novembro será realizada uma audiência pública, em Brasília, para discutir a proposta.
A tarifa de pedágio em trechos de pista simples será de R$ 11,54 para carros. Já nas rodovias com pista dupla, o montante para estes veículos poderá chegar a R$ 16,15. Se confirmado o preço, será o pedágio mais caro do Rio Grande do Sul. A projeção indica que o grupo que vencer a concorrência irá investir R$ 4,40 bilhões durante 30 anos.
Pela proposta cinco dos pedágios serão instalados na BR-116, sendo um em Camaquã, um em Barra do Ribeiro e três em Eldorado do Sul. Das três praças de Eldorado do Sul, na BR-116, duas estarão posicionadas em locais para evitar fuga de pedágio, em alças da rodovia que obrigarão o motorista a pagar a tarifa.
Segundo lideranças que discutem o assunto na região, há possibilidade de instalação de um pedágio próximo aos acessos das pontes do Guaíba, não deixando escapatória para os motoristas guaibenses e eldoradenses, que teriam de pagar para ir e/ou voltar de Porto Alegre, por exemplo.
Já outras quatro praças estarão na BR-290, nas cidades de Butiá, Pantano Grande, Jacuí e Caçapava do Sul. Mais duas ficarão na BR-158, em Cruz Alta e Júlio de Castilhos. As últimas estarão localizadas na BR-392, em Santana da Boa Vista e São Sepé.
A definição do vencedor deverá se dar não no desconto mais amplo da tarifa, mas sim em quem pagar o maior valor ao governo federal. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o valor arrecadado será transferido para uma conta específica da concessão e poderá ser usado na realização de mais obras ou até mesmo redução no valor da tarifa.
A ANTT estipula que o leilão será realizado entre julho e setembro de 2023 e o contrato será assinado até o fim do próximo ano. A partir do início da concessão, precisarão ser realizadas a retomada da duplicação da BR-290 e o término da construção da nova ponte do Guaíba, além da manutenção das rodovias envolvidas. A duplicação de 115 quilômetros da BR-290, por exemplo, ocorrerá entre 2026 e 2029. Já o término da nova ponte do Guaíba ficará para 2027.
O levantamento foi realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo consórcio LOGIT – ATP – QM – JGP.
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