O assassinato do motorista de aplicativo ocorrido em fevereiro deste ano em Guaíba foi esclarecido pela Polícia Civil. Na manhã desta segunda-feira (27) a prisão do último envolvido no crime foi anunciada. Na última sexta-feira os agentes capturaram o quarto criminoso que participou da execução da vítima no bairro Cohab. Ele portava uma pistola com três carregadores e entorpecente. A operação Cartada Final foi coordenada pela titular da DP de Guaíba, delegada Karoline Calegari. Durante as investigações, um fuzil foi apreendido. O inquérito já foi remetido à Justiça.
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Após sair da casa de amigos para fazer uma corrida até Canoas, no dia 06 de fevereiro, motorista de aplicativo, de 31 anos, foi dado como desaparecido. O corpo da vítima foi encontrado no dia 19, enterrado em uma cova profunda em um matagal às margens do Guaíba, no bairro Ipê. Foi necessário o uso de uma retroescavadeira para retirar o cadáver carbonizado sob a terra. A ação foi realizada pela a Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS) do Corpo de Bombeiros Militar, de Porto Alegre.
Como ocorreu o crime
Segundo a delegada Karoline Calegari, as investigações apontaram que o motorista de aplicativo foi morto por ordem de um dos líderes do tráfico de drogas nos bairros Ipê e São Jorge e que cumpre pena em prisão desde 2013. O traficante fez com que o motorista de aplicativo fosse atraído para uma emboscada, simulando um pedido de uma corrida para Canoas. De acordo com a delegada, a vítima deveria buscar entorpecentes e receberia em troca uma parte da droga. Um adolescente embarcou no veículo do motorista que acabou sendo rendido por dois indivíduos, incluindo o preso de sexta-feira, no bairro Ipê. A ideia inicial do traficante era “dar um castigo” na vítima pois a mesma estaria fazendo corrida para grupos rivais e teria ainda consumido uma parte da droga que havia recebido para a venda.
No matagal, o motorista de aplicativo permaneceu refém a noite inteira, ficando incomunicável. No dia seguinte, depois de cerca de 12 horas “de castigo”, o indivíduo (que foi preso na sexta-feira) apareceu no local e deu uma arma ao adolescente que executou a vítima, previamente amordaçada e encapuzada, com um disparo no pescoço. Obedecendo ordem, o menor tentou ainda fazer uma decapitação com uma faca, mas não teve êxito. O corpo foi jogado na cova, sendo carbonizado e enterrado.
Atuação no tráfico do bairro
O mesmo indivíduo capturado na Cohab foi também indiciado por extorsão, pois vinha expulsando moradores das residências para transformá-las em bocas de fumo e esconderijos. O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza, destacou a “crueldade dos criminosos no assassinato investigado”. A delegada Calegari assegurou a existência de “provas contundentes da participação de todos os indiciados”.
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