O leitor segura o livro nas mãos. O que ele procura? Escape, pertencimento, aventura, compreensão? Será que é um amigo aquilo que ele busca ao folhear as páginas das obras de seus autores favoritos? Provavelmente, arrisco dizer, o leitor busca todas essas coisas. Se lê, é porque deseja conhecer, tanto o mundo quanto a si próprio — deseja, de maneira certa, viver. E quem vive mais vidas do que um ávido leitor?
Você mesmo que também lê, que descobre nas obras literárias boas companhias e amigos fiéis, sabe que é possível encontrarmos nos livros o que muitas vezes falta em nossas vidas. Aqui está o escape e o pertencimento. Ou o que ansiamos por viver e ainda não entendemos. Aqui está a aventura e a compreensão.
Em dia 7 de janeiro, comemora-se o Dia do Leitor. Você e eu, alegramo-nos! Edgar Allan Poe, Ernest Hemingway, Stephen King, Charles Dickens, Machado de Assis, compartilhamos com todos esses nomes uma paixão por esse divino objeto chamado livro. Como seria o mundo se todos os grandes autores não fossem, antes de tudo, grandes leitores? A transformação humana através da literatura acontece diariamente, de forma silenciosa, com alguém sentado em uma posição confortável e com um bom livro no colo.
De acordo com a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, o território brasileiro perdeu, entre 2015 e 2019, mais de 4,6 milhões de leitores. Pouco mais da metade do país tem hábitos de leitura, somando 52%. A pesquisa também apontou que o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano. Podemos levantar várias razões para a queda do número de leitores (a falta de incentivo por parte do governo, o analfabetismo, o preço atual dos livros, a ausência de leituras no dia a dia que ultrapassem 280 caracteres), mas eis o que todos podemos concordar: os livros fazem do mundo um lugar melhor.
Podemos, eu e você, apresentar a riqueza da leitura às novas gerações. Torço para que as cenas nas quais os pais leem histórias para os filhos antes destes dormirem não sejam somente reservadas aos filmes, mas que sejam ou tornem-se realidade. Que antes de os pequenos serem apresentados aos smartphones, que sejam apresentados aos livros. Lembremos: tudo começa com o exemplo.
Finalizo este texto lhes desejando um ótimo início de ano e incríveis leituras. Agora, procuremos livros para ler. De alguma forma, sei que eles esperam por nós.
“A literatura é o universo paralelo da vida. Em certos casos mais criativa do que ela. O personagem é a antimatéria do leitor.” — Paulo Bomfim.
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