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Quarta-feira, 09 de Outubro de 2024

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Entre palacetes e barracos: a desigualdade social e o mal que tanto nos assola

Ausência do Poder Público em comunidades é fator para o aumento das oportunidades no ingresso ao crime organizado

Felipe Alves - Sociedade
Por Felipe Alves - Sociedade
Entre palacetes e barracos: a desigualdade social e o mal que tanto nos assola
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A desigualdade social é um desafio histórico e latente que faz parte da realidade brasileira, sendo possível observá-la a olho nu em uma simples caminhada ao redor de qualquer cidade..

Nela encontraremos em uma determinada localidade grandes prédios, condomínios e palacetes e do outro, barracos, aglomerados de casas populares e a falta de infraestruturas básicas como ruas asfaltadas, valas de esgoto aberto, ausência de iluminação nas avenidas, dentre tantos outros problemas.

O célebre erudito Jean-Jacques Rousseau, escreveu no ano de 1755, um livro intitulado: “Discurso Sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens”. No pensamento desse filósofo é incompatível haver liberdade onde impera a desigualdade social. Ademais, para Rousseau, um dos elementos que contribuíram para o fortalecimento das desigualdades se deu com o início da propriedade privada..

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Outro escritor que vai tratar sobre o tema, mas com olhares voltados para a realidade e a história do Brasil será o sociólogo Jessé Souza, em seu livro: “A Elite do Atraso, Da Escravidão a Lava Jato”.

Nesse livro ele irá destacar a construção do “poder simbólico” e o “patrimonialismo” sustentado pelos herdeiros de grandes terras do Brasil Colônia, cujas famílias detinham até 1930 poder sobre as fábricas, grandes empresas, lotes de terras e criação de universidade para perpetuar uma tradição que perpassasse as gerações..

Diante disso, podemos constatar essas preposições na própria vivência e realidade cotidiana da cidade, pois são desafios pelo qual a Gestão Pública e comunidade têm.

Existem bairros que a mais de 30 anos não recebem qualquer tipo de investimentos, sejam na área da saúde, educação ou saneamento básico, desse modo, a ausência do Poder Público nessas comunidades é fator para o aumento das oportunidades no ingresso ao crime organizado.

Além disso o investimento em infraestruturas como avenidas e ruas devidamente pavimentadas e asfaltadas, além de abastecimento de energia elétrica industrial geram condições necessárias para a instalação de novos complexos industriais..

Desse modo, como residentes na cidade de Guaíba, devemos questionar:

  1. Guaíba tem energia elétrica suficiente para abastecer um complexo industrial?
  2. Guaíba tem instituições públicas educacionais que possam fornecer aos seus residentes preparação técnico e/ou profissionalizante para o mercado de trabalho regional?
  3. Em caso de instalação de novas empresas ou empreendimentos, Guaíba tem mão de obra qualificada?

Portanto, essas são perguntas básicas a serem feitas para pensar um projeto de cidade desenvolvimentista, aliás, qual é a perspectiva da cidade de Guaíba daqui a cinco anos? Onde queremos chegar como munícipes?

Essas são provocações reflexivas que faço para que você leitor possa pensar de que maneira pode-se combater as desigualdades sociais que diminuem drasticamente a qualidade de vida de todos.

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