A vida inteira eu ouvi as pessoas dizerem que só damos valor a algo quando perdemos. Bem, vejo que atualmente isso não está fazendo muito sentido. Parece que muitas coisas, inclusive as pessoas, tornaram-se descartáveis ou facilmente substituíveis na nossa vida. A intolerância ante as diferenças culturais, étnicas, religiosas, está cada vez mais intensa e a presença de alguém nas nossas vidas, por vezes tornou-se algo dispensável.
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Sei que muitas pessoas vão dizer, “eu adoro a minha família e meus amigos”, acredito nisso, porém a tolerância em relação aos erros dessas pessoas está cada vez mais frágil. As selfies estão cheias de melhores amigos, mas, eles só ocupam este lugar no “hall dos grandes amigos” desde que curtam suas postagens, comentem algo legal, marquem você em suas publicações, ou seja, desde que te venerem.
Vejo muitas pessoas balizando as suas amizades através das redes sociais, ficam furiosas quando algum “amigo” ou “conhecido” deixa de segui-las. O que eu acho engraçado é que essas pessoas poderiam se encontrar, bater um papo, tomar um café e assim manter um laço mais forte e real, mas muitas vezes preferem viver esses conflitos dentro de uma rede virtual.
Acredito que o mundo virtual é uma extensão do “mundo real”, ou seja, não tem por que sermos pessoas diferentes só por que estamos em outro ambiente. Enganam-se quem pensa que a internet é uma terra sem leis, se pararmos para pensar, as “leis orgânicas” da internet podem até mesmo funcionar melhor do que as leis no mundo real. Por isso, penso que deveríamos ter mais cuidado com aquilo que é verdadeiramente real em nossas vidas e exercitar a tolerância, já que cada pessoa é única e muitas vezes o que você encontra em alguém, não encontrará em mais ninguém.
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