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Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024

🏥 Saúde

Em três anos, número de pacientes de oncologia tratados no RS aumentou quase 50%

Número de pacientes tratados em oncologia passou de 20.529 em 2020 para 30.041 em 2023

Redação TVGO
Por Redação TVGO
Em três anos, número de pacientes de oncologia tratados no RS aumentou quase 50%
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Em três anos, o número de pacientes tratados em oncologia no Rio Grande do Sul passou de 20.529 em 2020 para 30.041 em 2023, um aumento de 46% na oferta de tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso se refletiu em uma queda no percentual de tratamentos de casos em estágio avançado e na presença de metástases. As quimioterapias paliativas passaram de 35,7% dos casos em 2019 para 34% no ano passado. Os avanços ressaltam a importância do novo Plano de Atenção para o Diagnóstico e o Tratamento do Câncer publicado neste mês pela Secretaria da Saúde (SES).

As quimioterapias adjuvantes, usadas após o tratamento principal para eliminar células cancerígenas residuais, apresentam crescimento, com tendência de aumento no próximo triênio. O número de cirurgias oncológicas passou de 4.433 em 2020 para 6.362 em 2023, uma alta de 43,5%. Há ainda uma elevação no início dos tratamentos oncológicos até 30 dias após o diagnóstico, aumentando as chances de sucesso, e uma tendência de queda de atendimentos com mais de 60 dias.

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Os números apontam a maior possibilidade de cura e sobrevivência, ressaltando a importância da nova versão do Plano. Já pactuado pela Comissão de Gestores Bipartite (CIB), o documento atualiza os parâmetros necessários para o atendimento do câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em sua quinta atualização (a última foi de 2020), o Plano atende aos principais parâmetros da nova legislação do Ministério da Saúde, de 2023, para a habilitação de novos serviços em oncologia. Também dá conta das projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de 52,6 mil novos casos no país no triênio iniciado em 2023 e que termina em 2025. No caso do câncer de pele não melanoma, de maior incidência, a estimativa é de 197 casos para cada 100 mil habitantes. Os outros mais prevalentes na população são os de próstata e mama, seguidos pelos dos tratos respiratório e digestivo.

“Estamos conseguindo atender mais pessoas em um tempo menor, tratando e reduzindo os atendimentos paliativos”, ressaltou a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada (Dgae), Lisiane Fagundes. “São indicadores positivos para a população e resultado do trabalho que o Estado e todos os municípios fazem de monitoramento dos pacientes e dos recursos repassados pelo Tribunal de Justiça para atendimento em oncologia. O Plano acrescenta ao cenário um trabalho técnico que envolveu muito trabalho. E muitas mãos”, completou a diretora.

Avanço nas taxas de mortalidade

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, o câncer foi a principal causa de óbitos prematuros (entre 30 e 69 anos) no mundo. No contexto brasileiro, desde 2003, representa a segunda causa de mortes. A exceção foi 2020, quando, devido à pandemia de covid-19, o câncer passou a ser a terceira maior causa de óbitos no país, superado por doenças cardiovasculares e doenças infecciosas e parasitárias.

No contexto gaúcho, há predominância da mortalidade por câncer entre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), com um aumento de 17.679, em 2014, para 19.335 em 2022. Em 168 (33,8%) dos 497 municípios, constitui a principal causa de óbitos. Segundo estimativa do Inca, eram esperados 52.620 casos novos de câncer no ano passado no Rio Grande do Sul.

Envelhecimento da população

Parte do cenário, segundo o Plano, pode ser explicado pelo Estado ter um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com aumento da expectativa de vida da população, tornando maior a incidência de neoplasias malignas.

“Com a questão do envelhecimento populacional, as estimativas dos casos de câncer só tendem a aumentar. A gente tem que se preocupar com a mortalidade e com o diagnóstico precoce e tratamento”, ressaltou a especialista em Saúde do Dgae, Anne Braido. “O plano vem para que a gente tenha conhecimento dos números do Estado e, tendo esse conhecimento, melhore a articulação da rede para o atendimento integral das pessoas.

O Plano define critérios, como território e população coberta, produção mínima de procedimentos e acesso em cada região e macrorregião de saúde do Estado ao atendimento especializado, que cada estabelecimento de saúde deve prestar. Também são observadas mudanças, como em relação ao câncer de pulmão, que se tornou a principal causa de morte entre as mulheres, se igualando às estatísticas do câncer masculino. Na atualização anterior, a maior causa era o câncer gastrointestinal.

“A rede de saúde é muito dinâmica e é preciso fazer atualizações tanto tecnológicas como epidemiológicas e de serviços”, explicou Anne Braido. "Quanto ao câncer de pulmão entre as mulheres, se observa pelas faixas etárias de maior número de óbitos a relação com o hábito de fumar que foi inserido nas décadas de 1960 e 1970. Naquele contexto, o fumo representava uma emancipação feminina, um glamour. Agora se reflete no número de casos”, observou a especialista da SES.

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Texto é de autoria da Ascom SES
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