O Ministério da Saúde anunciou, no último sábado (20), um conjunto de investimentos superiores a R$ 400 milhões para ampliar e reorganizar a assistência hospitalar no Rio Grande do Sul. As medidas incluem a abertura de 23 novos leitos no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, a ampliação do número de cirurgias e exames por meio do uso do terceiro turno, a contratação temporária de equipes médicas e o início de obras estruturantes financiadas pelo Novo PAC Saúde.

Do total anunciado, mais de R$ 200 milhões serão destinados à construção de uma nova estrutura do GHC. Também foi autorizada a obra do Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia (CADT), com investimento de R$ 230 milhões e previsão de início em janeiro de 2026. O centro terá nove andares e capacidade estimada para mais de 700 mil exames e procedimentos por ano, somando-se aos cerca de 4 milhões já realizados anualmente pelo grupo hospitalar.
Durante a agenda em Porto Alegre, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou acordos com o Hospital Universitário de Canoas e com a Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul para adesão ao programa Agora Tem Especialistas. O modelo prevê a utilização de estruturas hospitalares atualmente ociosas, com a realização de mutirões cirúrgicos coordenados pelo GHC. A estimativa é de até 1,6 mil cirurgias mensais em Canoas e até 180 procedimentos por mês em São Lourenço do Sul, totalizando cerca de 1,8 mil cirurgias adicionais por mês. As especialidades atendidas incluem cirurgia geral, vascular, dermatológica, urológica, oftalmológica e ginecológica.
O programa também ampliou o uso do terceiro turno nas quatro unidades do GHC no Estado, com atendimentos noturnos e aos fins de semana. Entre junho e 15 de dezembro de 2025, esse formato possibilitou a realização de 703,9 mil exames, 2.960 consultas e 6.654 cirurgias. As áreas com maior volume cirúrgico foram cirurgia geral, ginecológica, traumato-ortopedia e pediátrica. Houve ainda aumento da capacidade em radioterapia, ecocardiografias, exames vasculares e mamografias.
Na área de diagnóstico e terapia, o novo CADT terá mais de 19 mil metros quadrados e concentrará serviços como exames de imagem, análises clínicas, hemodinâmica, radiointervenção, hemodiálise, hemoterapia, medicina nuclear, endoscopia, além de áreas de ensino e pesquisa. A previsão anual inclui 500 mil análises clínicas, 93 mil exames de imagem, 18 mil procedimentos terapêuticos, 23 mil tomografias e 22 mil ressonâncias magnéticas.
O pacote de ações inclui ainda investimentos em oncologia. No GHC, entrou em operação o serviço de braquiterapia, com aporte de R$ 2 milhões em equipamentos e capacitação. A técnica passa a integrar o tratamento de cânceres, especialmente ginecológicos, no âmbito do SUS.

Além das ações estruturais, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de mais de R$ 34 milhões para projetos médico-assistenciais no Estado. Pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), oito projetos receberão R$ 21,6 milhões. Já pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD), nove projetos serão contemplados com R$ 10,1 milhões. Outros R$ 2,6 milhões serão destinados a pesquisas clínicas e epidemiológicas na área oncológica, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
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