Um homem de 60 anos foi retirado de uma propriedade rural em Eldorado do Sul após ação coordenada por órgãos públicos entre os dias 6 e 8 de maio. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ele prestava serviços no cultivo de hortaliças sem registro formal de trabalho e sem receber remuneração. Em troca da atividade, residia no local em estrutura de madeira sem piso nem sanitários.
A alimentação do trabalhador era obtida por meio da assistência social do município. Segundo os órgãos envolvidos, ele percorria longas distâncias de bicicleta até um posto de atendimento para solicitar ajuda alimentar.
A operação foi realizada após o Ministério Público do Rio Grande do Sul receber denúncia. A informação foi repassada à Coordenação de Fiscalização do Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo da Superintendência Regional do Trabalho no Estado, que iniciou os procedimentos de fiscalização. Conforme as autoridades, havia registros anteriores envolvendo a mesma empregadora.
Durante a ação, o trabalhador foi retirado do local e levado de volta para a casa de familiares, com apoio da Secretaria de Assistência Social. A empregadora foi notificada a pagar os valores referentes a salários e rescisão, e foram emitidas guias para acesso ao seguro-desemprego.
A operação contou com a participação do MTE, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Estadual, Polícia Federal e Secretaria de Assistência Social de Eldorado do Sul.
Segundo dados do MTE, 48 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul entre janeiro e maio de 2025. No ano anterior, o total foi de 91.
Denúncias podem ser feitas por meio do Sistema IPE ou diretamente no portal do MPT-RS.
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