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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025

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La Niña pode reduzir volume de chuva no RS até o fim do verão de 2026

Fenômeno climático tem mais de 70% de chance de permanecer até fevereiro de acordo com agência americana

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
La Niña pode reduzir volume de chuva no RS até o fim do verão de 2026
Márcio Nunes/SMELJ/PMPA
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A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou oficialmente a presença do fenômeno climático La Niña em 2025, indicando que o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial deve influenciar o comportamento do clima até o verão de 2026. Segundo o boletim divulgado, há mais de 70% de probabilidade de manutenção da condição até fevereiro do próximo ano, com tendência de enfraquecimento gradual entre janeiro e março, quando a chance de neutralidade climática chega a 55%.

O La Niña ocorre quando a temperatura da superfície do mar nas regiões central e leste do Pacífico fica abaixo da média considerada normal. Esse resfriamento altera a circulação atmosférica e pode afetar o regime de ventos, chuvas e temperaturas em diferentes partes do planeta. O fenômeno é o oposto do El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento anormal dessas águas. Ambos fazem parte do ciclo conhecido como El Niño–Oscilação Sul (ENOS), um dos principais sistemas de variação climática global.

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No contexto brasileiro, os efeitos do La Niña tendem a se manifestar de maneira distinta entre as regiões. Conforme análises da Climatempo, a condição pode trazer chuvas mais regulares para o Norte e o Nordeste do país, enquanto o Sul, especialmente o Rio Grande do Sul, costuma registrar períodos mais secos e de menor frequência de precipitação. No Centro-Oeste e no Sudeste, o fenômeno pode resultar em temperaturas mais amenas e uma distribuição de chuva menos intensa.

No Rio Grande do Sul, o La Niña historicamente está associado à diminuição do volume e da regularidade das chuvas. A Climatempo reforça que, com a confirmação do fenômeno neste ano, a precipitação tende a ocorrer de forma mais espaçada, o que pode afetar o setor agropecuário e o nível dos reservatórios de água. A formação do evento foi identificada em setembro de 2025, com intensidade considerada fraca e curta duração, o que deve reduzir parcialmente sua influência sobre o clima regional, embora ainda possa gerar impactos perceptíveis.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já havia antecipado o surgimento do fenômeno, observando um processo de resfriamento gradual nas águas do Pacífico. A confirmação pela NOAA reforça essa tendência e indica que os próximos meses devem apresentar variações típicas do La Niña, especialmente na distribuição das chuvas e nas temperaturas médias do território brasileiro.

Entre 2020 e 2023, episódios consecutivos de La Niña provocaram efeitos marcantes no Rio Grande do Sul, como a redução do volume de precipitação e períodos de estiagem. Com a recorrência do fenômeno, especialistas alertam para a importância do monitoramento constante das condições climáticas, a fim de antecipar possíveis impactos em setores sensíveis à variação do clima, como a agricultura, o abastecimento de água e a geração de energia.

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