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Sexta-feira, 07 de Novembro de 2025

🚔 Segurança e Justiça

Operação Falsa Fé combate organização criminosa que aplicava “Golpe do Falso Pai de Santo”

Ordens judiciais foram cumpridas no Estado de São Paulo. Uma mulher perdeu mais de R$ 180 mil em supostos Trabalhos Espirituais

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Operação Falsa Fé combate organização criminosa que aplicava “Golpe do Falso Pai de Santo”
Divulgação/Polícia Civil
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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em ação conjunta com a Polícia Civil de São Paulo, deflagrou na quinta-feira (16) a Operação Falsa Fé, voltada ao combate a uma organização criminosa responsável pelo chamado “Golpe do Falso Pai de Santo”.

A investigação foi conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, com apoio do Ciberlab/Diopi/Senasp, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e resultou no cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária em cidades paulistas, incluindo São Paulo, Itapevi, Cotia e Jacareí. Ao todo, oito pessoas foram presas, entre elas o homem identificado como o “pai de santo” do grupo, e foram apreendidos um veículo, celulares e bloqueadas contas bancárias utilizadas pelos suspeitos.

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Segundo a investigação, a fraude envolvia a utilização de perfis falsos em redes sociais para atrair vítimas em situações de vulnerabilidade emocional. Um dos casos relatados aponta que uma mulher perdeu mais de R$ 180 mil em menos de um mês após buscar auxílio de uma suposta “Mãe de Santo” para resolver questões amorosas. O contato inicial começou com um pagamento de R$ 300,00 via Pix para um ritual de “amarração”, que evoluiu para exigências sucessivas de valores maiores, justificadas por supostos rituais espirituais adicionais.

Os criminosos se revezavam no contato com a vítima, enviando mensagens e ligações em tom ameaçador, alegando que entidades espirituais poderiam puni-la caso não realizasse os pagamentos. Em um dos episódios, um homem que se apresentou como “Pai de Santo” entrou na comunicação e intensificou a pressão sobre a vítima, afirmando que ela estaria “enganando as entidades”. Os pagamentos, realizados por Pix e TED, variaram entre R$ 1.500 e R$ 37.000 e foram direcionados a diferentes contas bancárias de pessoas físicas.

A investigação identificou ainda o uso de recursos de persuasão e elementos tecnológicos pelos suspeitos para conferir credibilidade às ações, incluindo o envio de prints falsos de conversas com supostos gerentes bancários e empresários. Em alguns casos, foram inventadas necessidades fictícias, como a compra de animais para rituais, ou alegadas retenções de valores por bancos, acompanhadas de cobranças de taxas adicionais.

A Delegada Luciane Bertoletti detalhou que o grupo operava de forma organizada e que a seleção das vítimas se baseava em momentos de fragilidade emocional. Já o Delegado Cristiano de Castro Reschke ressaltou que golpes desse tipo têm se tornado mais sofisticados, utilizando técnicas de persuasão e manipulação que criam dependência emocional e dificultam a resistência das vítimas, resultando em perdas financeiras e impacto psicológico significativo.

A Polícia Civil segue investigando o caso, agora enquadrado como estelionato e extorsão, e reforça orientações para que a população se mantenha alerta diante de solicitações financeiras vinculadas a promessas espirituais ou místicas.

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