O ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto foi preso preventivamente pela Polícia Federal no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (14). O general da reserva, que atuou nos governos de Jair Bolsonaro, é acusado de tentar obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A prisão ocorreu de forma discreta, às 6h da manhã, quando os agentes cumpriram um mandado no prédio onde Braga Netto mora, em Copacabana. O general foi levado para a sede da Polícia Federal e, posteriormente, para a 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar. A PF também realizou buscas nos apartamentos de Braga Netto e de seu assessor, o coronel da reserva Flávio Peregrino, recolhendo material, incluindo celulares, para análise.
Braga Netto é um dos 40 indiciados no inquérito que investiga o golpe de Estado. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, foi baseada em novas evidências que indicam a tentativa do general de interferir nas investigações, incluindo o uso de informações sigilosas de uma colaboração premiada para atrapalhar o processo.
Em depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, surgiram revelações sobre o envolvimento de Braga Netto na articulação de um golpe, com o general agindo diretamente para financiar a operação golpista. Além disso, provas documentais e digitais indicam que Braga Netto tentou apagar provas e obter informações confidenciais sobre as investigações.
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu à prisão, questionando a legalidade do ato, já que, segundo ele, o inquérito já teria sido concluído pela PF. A Procuradoria-Geral da República, no entanto, endossou a prisão, argumentando que as novas evidências são consistentes e reforçam o papel de Braga Netto na tentativa de golpe.
Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas a ser preso na história do Brasil. A Polícia Federal segue com a investigação, que pode levar à denúncia formal contra o general e outros envolvidos, incluindo Bolsonaro, por crimes como golpe de Estado e organização criminosa. A defesa de Braga Netto afirmou que se manifestará após analisar detalhadamente a decisão judicial.
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