O policial militar da reserva Jeverson Olmiro Lopes Goulart foi condenado na terça-feira (28) a 46 anos de prisão por estuprar e matar o sobrinho, Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, em 2016, na zona sul de Porto Alegre. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri do Foro Central da Capital e determina o cumprimento da pena em regime fechado.

O júri reconheceu o réu por homicídio duplamente qualificado — para ocultar outro crime e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima — além de estupro de vulnerável. O julgamento foi conduzido pela juíza Anna Alice da Rosa Schuh, da 1ª Vara do Júri da Comarca da Capital.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu entre os dias 29 e 30 de novembro de 2016, na casa da família, no bairro Tristeza. A investigação apontou que o adolescente foi estuprado e, posteriormente, morto com um tiro na cabeça enquanto dormia. Após o homicídio, o autor teria manipulado a cena para simular suicídio.
A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, que atuou no caso junto ao promotor Eugênio Paes Amorim, destacou que a decisão encerra uma longa trajetória de apurações e representa o reconhecimento da verdade judicial. “A condenação traz o sentimento de dever cumprido, principalmente por ver o sofrimento dessa mãe transformado em justiça”, afirmou.

A mãe da vítima, Cátia Goulart, foi quem insistiu em reabrir o caso, inicialmente arquivado como suicídio. O relato de situações suspeitas e a busca por novas provas foram determinantes para a reviravolta na investigação. “A prisão mostra que os crimes são punidos, mas nada traz o Andrei de volta. Espero que essa história sirva de exemplo e que as pessoas acreditem nas vítimas”, declarou.
A defesa do réu não se manifestou até o fechamento desta edição.
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