530 milhões de dólares. Esta é a cifra que deve ser investida nas instalações da CMPC em uma nova expansão da unidade Guaíba. Pela cotação atual do dólar, o novo investimento da maior empresa do Rio Grande do Sul será de R$ 2,75 bilhões. O objetivo é a ampliação e modernização da fábrica de celulose em Guaíba, aumentando assim a capacidade de produção em 350 mil toneladas por ano..
A ideia do projeto batizado de BioCMPC compreende reduzir o custo de produção e consolidar a fábrica gaúcha como uma das mais eficientes do mundo. A obra já começará em setembro com previsão de ser finalizada em 26 meses. Um dos destaques é a construção de uma nova caldeira de recuperação, que opera com biomassa, e que vai, desta forma, encerrar o funcionamento da antiga caldeira de carvão.
Serão, ao todo, 31 ações no projeto BioCMPC, divididas em três grupos de atuação, contemplando ações de sustentabilidade e controle ambiental. Entre elas, está a redução do uso de água no processo industrial, das emissões de gás, efluentes, odores e ruídos. Entre empregos diretor e indiretos, o total de postos de trabalhos gerados até 2023 deve superar 7500 vagas.
A CMPC produz atualmente no Brasil quase o mesmo do que no Chile, onde fica sua sede, isto é, 2 milhões de toneladas. Ela comprou em 2009 a fábrica gaúcha que pertencia à Aracruz e realizou o maior investimento privado da história recente no Estado, quando aportou R$ 5 bilhões entre 2013 e 2016 para duplicar a fábrica de Guaíba, que ainda era chamada de Celulose Riograndense.
Participaram da reunião virtual o CEO Francisco Ruiz-Tagle, diretamente do Chile, o presidente da CMPC Brasil, Maurício Harger, o diretor de relações institucionais Daniel Ramos, demais funcionários da empresa e jornalistas da região e do país.
Durante as obras
No BioCMPC, as obras de implantação também serão sustentáveis. Além da utilização de mão de obra e fornecedores locais, não haverá canteiro de obras na área de empresa, ou seja, a estrutura será instalada em local distante da unidade industrial para não gerar transtornos às comunidades vizinhas.
Outro fator importante é que a mobilidade urbana da região não será afetada. Todo acesso de pessoas, máquinas e equipamentos será feito pelo acesso privado da empresa junto à BR-116, não gerando, portanto, nenhuma interferência no trânsito local. Os horários de obra também serão diferenciados, com atividades ocorrendo de segunda à sexta, das 8h às 18h.
Não haverá obras no período noturno, nos finais de semana e nos feriados. Além disso, todos os resíduos gerados na construção serão reaproveitados e transformados em novos produtos. Medidas de controle serão implementadas para que não haja alterações ambientais na vizinhança.
“Antes a sociedade esperava que as empresas trabalhassem para reduzir seus impactos. Hoje em dia, isso é apenas o ponto de partida. No século XXI, espera-se que as empresas não gerem problemas e ainda ajudem a sociedade a superarem seus próprios desafios. E é isso que estamos fazendo. Basta considerarmos que a pandemia agravou os índices de desemprego, e o BioCMPC vai ajudar fortemente na criação de novas oportunidades de trabalho”, pontua o diretor-geral da CMPC no Brasil, Mauricio Harger. “Outro desafio de toda a sociedade está relacionado aos gases de efeito estufa. Nesse caso, além das nossas florestas que já sequestram milhares de toneladas de carbono, eliminaremos uma fonte de energia não renovável e vamos instalar uma nova caldeira de recuperação para produção de energia 100% limpa. Ações como essas são posturas esperadas das empresas contemporâneas, e estamos liderando este processo no setor de celulose no país. Queremos realizar obras sustentáveis”.
Referência Nacional
As 31 medidas que compõem o BioCMPC trarão grandes contribuições em produtividade e sustentabilidade não somente para a unidade de Guaíba, mas para o setor de celulose, uma vez que a planta se tornará referência em diversos temas relacionados a meio ambiente.
Uma das ações é a revisão e repotencialização do sistema de coleta de gases, tornando-o ainda mais eficaz. Com isso, a planta da CMPC no Brasil terá o melhor sistema de tratamento de gases do setor no país e um dos melhores do mundo. Outra medida que contribuirá com os indicadores de meio ambiente é o desligamento da caldeira de força à carvão, que também posicionará a unidade nos menores níveis de emissões atmosféricas das indústrias do setor no Brasil.
A planta de Guaíba já é referência mundial em economia circular, reciclando 100% dos resíduos sólidos oriundos do processo industrial. Com as medidas do BioCMPC, a empresa continuará sendo uma empresa zero resíduos, mas diminuirá consideravelmente o volume de material gerado (composto químico originado na caldeira de recuperação) e eliminará 100% os resíduos de cinzas.
De forma pioneira no Brasil, a CMPC vai lançar o Centro de Controle Ambiental, um espaço voltado a acompanhar de forma online a performance ambiental da empresa. Será um local com tecnologia de ponta para gestão dos indicadores e performance ambiental de nossa operação.
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