A Casa Branca confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a incluir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em um possível encontro de negociações de paz com o presidente russo Vladimir Putin, marcado para 15 de agosto, no Alasca. Embora o plano inicial seja um encontro bilateral entre Trump e Putin, um assessor presidencial declarou que existe abertura para um encontro trilateral.

Trump anunciou a data do encontro em sua rede social Truth Social na última sexta-feira (8), afirmando que a reunião ocorrerá no Alasca. O Kremlin confirmou anteriormente a realização do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia.
O presidente Zelensky criticou a escolha do local e a exclusão da Ucrânia nas negociações, ressaltando que a guerra em seu país não pode ser resolvida sem a participação direta de Kiev. Também, no sábado (9), um grupo de líderes europeus divulgou uma declaração conjunta afirmando que “o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”, e destacou que negociações efetivas só podem ocorrer com cessar-fogo ou redução das hostilidades. O documento foi assinado por representantes da França, Itália, Alemanha, Polônia, Reino Unido, Comissão Europeia e Finlândia.
O jornal americano Wall Street Journal informou que um dos temas previstos para o encontro é a proposta apresentada por Putin, que oferece o leste da Ucrânia em troca do fim da guerra. Autoridades europeias e ucranianas ouvidas pelo jornal manifestaram reservas sobre a proposta, que envolveria a entrega da região de Donbass para a Rússia, sem garantias adicionais de cessação dos conflitos. Também há receios de que a oferta seja uma estratégia para evitar sanções econômicas dos EUA enquanto o conflito continua.

Atualmente, forças russas ocupam grande parte das regiões de Donetsk e Luhansk, além de partes das regiões de Zaporizhia e Kherson, situadas ao sul, próximas à península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Na última sexta-feira, o presidente Zelensky afirmou que a Rússia não respeitou o ultimato estabelecido por Trump, que fixou um prazo de dez dias para o cessar-fogo, sob a ameaça de novas sanções e tarifas. Zelensky relatou ataques recentes com drones, bombardeios e ofensivas ao longo da linha de frente, além de ataques aéreos contra cidades ucranianas.
Zelensky também comentou sobre contatos frequentes com parceiros internacionais para buscar uma posição comum em prol do cessar-fogo e da paz, destacando a importância do apoio aos esforços do governo americano.
A reunião entre Vladimir Putin e o enviado especial americano Steve Witkoff, braço direito de Trump em missões de paz, ocorreu na quarta-feira (6), em Moscou, com a presença de assessores russos. Apesar do diálogo, não houve avanço para o fim do conflito.
As relações entre Washington e Moscou passaram por escalada recente de tensões, com envio de submarinos nucleares americanos em resposta a ameaças russas e imposição de tarifas adicionais por parte dos EUA contra países que compram petróleo da Rússia.
Desde o início do segundo mandato em janeiro, Trump tem manifestado o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia rapidamente, mas tem enfrentado dificuldades nas negociações. A Rússia mantém exigências que incluem a cessão de quatro regiões ucranianas — Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson — além da Crimeia, e a renúncia de Kiev ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan. O governo ucraniano considera essas condições inaceitáveis.
Putin declarou na última sexta-feira (8) que deseja alcançar a paz, mas mantém suas exigências.
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