Algumas pessoas não entendem, acham errado, ou criticam eu ser apoiador e participante da causa LGBTQIAP+ e ser de direita. “Ué?” eu ouço. Mas agora “ué?” também digo eu. Onde está escrito que para ser da sigla preciso assinar um contrato com a esquerda?
É fato que, infelizmente, muitos da direita ainda debocham da sigla e agem com preconceito. Também é fato que a esquerda se apropriou da sigla como uma de suas bandeiras - e ganhou muitos eleitores com isso. Dadas as armas, agora vamos ao combate: “serei intolerante contigo porque tu foste intolerante comigo”. E a partir daí, a “maionese só desanda”…
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Os algoritmos das redes sociais ajudam - digo atrapalham - muito neste processo. Quando tu abres o Instagram ou Facebook (ok, quando tu abres o TikTok), que tipo de conteúdo aparece majoritariamente? Mais do mesmo. Mais daquilo que tu já segues, dos perfis que tu tens afinidade, das pessoas que tu acompanhas. Ora, a bolha então só aumenta. Cada vez mais distante do contraponto, mais longe da outra face, mais imerso naquele mundo de opiniões que combinam com a tua.
Aprendi que é justamente esse transitar entre as áreas do conhecimento, entre diferentes grupos de pessoas e as mais variadas ideologias que me faz permanecer criativo. Isso me faz ter muitos insights - os quais trago e adapto para minhas áreas de atuação. Um aplicativo legal que uso no projeto Faz Acontecer eu descobri em um perfil de diversidade. Uma solução para meus alunos de inglês eu trouxe de um site de psicologia. Um novo programa da TVGO veio quando eu lia um blog de tecnologia. As conexões podem acontecer quando e onde tu menos imaginas.
Se vais ficar em tua bolha que seja então, pelo menos, uma bolha positiva. De conteúdos que enriqueçam teu caminho e aumentem o teu desenvolvimento pessoal. E, se possível, permita-se tomar aventuras em outras áreas. E se dê de presente o saber da arte de não misturar amizade, família e trabalho com as opiniões e preferências políticas das pessoas. Como diz nosso velho amigo gaúcho: “uma cousa é uma cousa, outra cousa é outra cousa”. E que a guerra da intolerância (se) exploda lá fora, menos aqui dentro de nós.
Agora vai lá e faz acontecer. Com um grande abraço, Guilherme Zawacki.
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