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Terça-feira, 05 de Novembro de 2024

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Como garantir a perpetuação do tradicionalismo diante da globalização cultural?

Enquanto entidades tradicionalistas, é importante valorizarmos o papel dos jovens e das crianças no movimento

Fernanda Campos - Tradicionalismo
Por Fernanda Campos -...
Como garantir a perpetuação do tradicionalismo diante da globalização cultural?
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Se você é tradicionalista já deve ter ouvido falar sobre a tal “Ciranda das Prendas” e se você não é, com certeza já viu em algum momento uma prenda carregando uma faixa de couro com a descrição de, por exemplo,  “1° Prenda”, pois bem, a Ciranda é justamente o concurso que define qual prenda inscrita carregará a faixa, para tanto, ocorrem diversas provas em que são avaliadas, uma delas é a prova oral, onde fala sobre determinado tema que pode ser escolhido (geralmente nos concursos internos das entidades) ou sorteados (costumeiramente nos concursos municipais, regionais e estaduais). Em uma coluna futura, te contarei melhor como funciona a ciranda, mas hoje vim te apresentar o tema “O perfil dos gaúchos no mundo globalizado” que foi assunto de minha escolha para a prova oral do meu último concurso interno, no CTG Darci Fagundes, em 2019.
 
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No ano de 2017 foi realizada uma pesquisa encomendada pelo grupo RBS a fim de definir os perfis dos gaúchos, sob o título “persona - quem são e o que pensam os gaúchos” realizando um questionário com 1,8 mil riograndenses onde se concluiu que é possível subdividir o gaúcho atual em 05 perfis, sendo eles, conforme a reportagem do GZH: o Gaúcho Fiel, aquele fortemente influenciado pelas tradições regionais e religiosas do Estado, pregando o tradicionalismo e o nativismo como princípios pessoais; o Gaúcho Raiz que é ligado às tradições mas dissociado da religião, mantendo hábitos típicos como do chimarrão, churrasco, trajes e linguajar e mantendo o orgulho pelos fatos históricos tradicionalistas; o Gaúcho não praticante por sua vez é aquele que reconhece as tradições e sua importância, mas não as pratica no dia a dia, embora já tenha tido participação ativa; Gaúcho Exportação que tem orgulho de ser gaúcho, mas isso não vinculado aos fatos históricos e religião, está mais relacionado aos costumes, valores e linguajar que o diferencia de pessoas de outra localidade; e por fim o perfil Gaúcho Desapegado, sendo aquele que rejeita as tradições e não as considera importantes para a identidade do gaúcho atual, descreve-se capaz de viver fora do estado sem dificuldades e não acredita que ser gaúcho seja um diferencial.
 
Percebe-se a partir da pesquisa realizada e do mundo globalizado atual, que há um processo chamado de “globalização da cultura”, onde se tenta romper fronteiras culturais, porém as identidades regionais permanecem se fortalecendo. Mas enquanto Movimento, como podemos garantir a perpetuação das tradições numa realidade onde temos acesso rápido à informação, permitindo conhecer outras culturas e assim relacioná-las com a gaúcha?
 
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Novamente aqui, destaco a importância do jovem no tradicionalismo, pois assim como os jovens de 1947, em seus plenos 20 anos criaram as bases do tradicionalismo, cabe a nós, jovens de 2021, sermos agentes propagadores da tradição, agindo em prol da defesa dos costumes e valores regionais, para que seja possível transmitirmos os costumes e valores as próximas gerações. Vale lembrar o tema anual de 2018 do MTG, “Unindo Gerações para construir o amanhã”, assim é importante transmitir os costumes de geração para geração, como ocorreu comigo que fui conectada ao tradicionalismo pelo meu avô.
 
Enquanto entidades tradicionalistas, é importante manter ativa as invernadas, pois são a principal ligação entre o tradicionalismo e a sociedade jovem, afinal jovens atraem jovens para o meio cultural e como consequência se garante de “grão em grão” a nova geração de tradicionalistas. Por fim, acredito que é importantíssimo valorizarmos o papel da criança no Movimento, pois são efetivamente elas que precisamos nos galpões, para que amanhã sejam os jovens a garantir a perpetuação do tradição. Existe aquela máxima: “As crianças são o futuro da nação”, cabendo no mesmo sentido, dizer que para o tradicionalismo, também são.
 


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