O grandioso e “lendário” Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria completa sua 33ª edição nesse ano de 2020. Sólido, frondoso e grandioso, traz nas atrações artísticas e campeiras a autêntica cepa do Gaúcho interiorano, destemido nas lides e habilidoso nas artes.
O primeiro rodeio ocorreu em 06 de abril de 1958, porém como Rodeio Crioulo do CTG Porteira do Rio Grande, em uma área pertencente à Associação Rural de Vacaria, hoje denominada Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz. Serviu para comemorar o terceiro aniversário da entidade. As suas duas primeiras edições foram em anos consecutivos, porém, à partir do terceiro, tomaram a decisão de fazê-lo de forma bi-anual.
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Nesse ano de 2020 os organizadores esperam ainda mais participantes. Visto os prêmios envolvidos nas provas campeiras, que são sempre apreciadas pelo grande público, conta com a participação de concorrentes de outros estados do Brasil, além de países como Uruguai, Argentina e Paraguai.
No Rodeio da Vacaria, o parque torna-se uma cidade e transpira tradição, o tiro de laço vara madrugada afora numa pista maravilhosa, iluminada, com arquibancadas e estrutura para receber os apaixonados pelas provas. Se buscarem no site oficial do evento (rodeiodevacaria.net) vão verificar que as premiações das provas campeiras são de encher os olhos (e os bolsos) com camionetes, carros, motos, bicicletas entre outros, torando ainda mais atrativos para os que buscam premiações empolgantes.
Nas provas artísticas há uma infinidade de modalidades e categorias (assim como nas provas campeiras). Há palcos espalhados por toda a área de rodeio, para não faltar alternativas aos que gostam de viver intensamente a tradição gauchesca. E para aqueles que esbravejam e pensam que deve ser tudo de graça, a entrada no parque custa R$12,00 por pessoa. Se sair e voltar depois (no mesmo dia) paga novamente. O estacionamento custa R$ 25,00 e dá direito ao ingresso apenas do motorista. É comercializado também passaportes com desconto nos valores, dando direito ao acesso todos os dias ao parque de rodeio.
Dentro de tantas programações, ainda nem falamos dos shows e bailes. São nove dias de bailes e shows pra todos os gostos, gaúchos ou gauchos, como queiram, mas nada que fuja ao tema que carrega o tradicional Rodeio Crioulo de Vacaria. Nada contra quem contrata outros temas, cito apenas uma informação. Pra se fazer um rodeio dessa envergadura, precisa-se muita gente para trabalhar, outro tanto de dinheiro para contratar artistas de baile, shows nativistas e ainda montar as estruturas de palco, som e luz.
Quem nunca fez ou não é do meio, talvez nunca entenderá que uma sociedade como é um CTG precisa de uma Patronagem (diretoria) forte e determinada. Ainda de seu quadro social ativo e participante, e muito apoio da comunidade para que um evento possa acontecer de maneira exitosa e positiva. Geralmente os CTGs estão cheios de pessoas que dão ideias, manifestam opiniões, enchem os ouvidos dos outros de pitaco, mas na hora de colocar a mão na massa, somem.
Quem pode fazer a diferença nesse meio tão importante para a perpetuação de nossas tradições e costumes? Os jovens, eles que vem cheios de gana de mudar o mundo e fazer acontecer, podem abraçar com seu Departamento Jovem a causa de organização de sua entidade, sendo um braço forte e imponente da Patronagem. Com ideias, propostas e resgate de coisas que se repaginadas, podem influenciar positivamente no crescimento e sustentáculo de seu CTG.
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Aposto sempre e pra sempre na força dos jovens, eles que veem o mundo com olhos da esperança, que projetam o futuro com sonhos de liberdade e laços de afetividade. Podem sim cada vez mais fazer toda a diferença, basta focarem nos objetivos de forma clara e madura, desenharem e arquitetarem seus planos e arregaçar as mangas para empurrarem a mudança. Os jovens são o cheiro do novo, a cara da transformação, as pernas do progresso e o cérebro do futuro. Neles está contida a essência do que será cada uma de nossas entidades tradicionalistas, de cada camada da nossa sociedade.
O Rodeio de Vacaria ensina também que os jovens fazem e acontecem (como as tias na janela falam). Basta que eles mostrem responsabilidade para tal e que lhes deem autonomia para fazê-lo.
Os jovens de hoje são os velhos de amanhã. Já nós (os velhos), somos o pó que se exime da carne para ir ao além. Mas temos que trabalhar arduamente, para deixar para a sociedade, jovens que todos se orgulhem e saibam que deles o futuro brotará com luz e bondade. Deles as entidades seguirão firmes e fortes em prol de uma tradição cada vez mais viva e verdadeira. Deles as gerações vindouras seguirão os passos e perpetuarão o povo que criou o rodeio, que dançou com alegria e cevou o mate para sorver as esperanças de um mundo melhor.
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