A obesidade é uma doença cônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. O tratamento da obesidade precisa ser de longa duração. Para além do controle, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo resultando em uma menor expectativa de vida. Nas crianças e adolescentes, o excesso de peso costuma causar principalmente doenças do coração, Diabetes Mellitus tipo 2 e problemas psicológicos. Quem tem obesidade na infância tem muito mais chance de se tornar um adulto obeso. Bons hábitos precisam ser adquiridos desde cedo.
Dados Nacionais:
- Adultos - 18,9% da população acima de 18 anos das capitais brasileiras tem obesidade.
- Mais de 100 milhões de pessoas estão acima do peso.
- O percentual de pessoas com obesidade cresceu 60,2% no Brasil nos últimos 12 anos.
- 74% dos óbitos no Brasil acontecem por doenças associadas à obesidade.
- Crianças e adolescentes: De cada três crianças e adolescentes no Brasil, uma está acima do peso.
- Quase 11% dos brasileiros de 5 a 19 anos têm obesidade e 17,2% têm sobrepeso.
- A obesidade entre crianças de 5 a 9 anos no Brasil cresceu mais de quatro vezes desde 1989.
Como chegamos até aqui? É preciso olhar para o mundo em que vivemos
A obesidade não é simplesmente uma consequência da falta de força de vontade. Por causa de uma série de fatores (hormonal, inflamatório, medicamentoso, genético), pessoas com obesidade não costumam ficar satisfeitas com a mesma quantidade de comida que as pessoas de peso considerado adequado. Se elas emagrecem, o cérebro entende que o corpo precisa poupar energia, o que acaba ajudando a ganhar peso de novo.
A ciência também mostra que, nos últimos vinte anos, o número de crianças e adolescentes com obesidade e sobrepeso quase dobrou no mundo. Se essa tendência continuar, até 2022 poderemos ter mais casos de obesidade infantil do que crianças com baixo peso corporal.
Por que a obesidade acontece?
Em nossos corpos, a obesidade aparece quando a energia ingerida com os alimentos supera muito a quantidade de energia gasta nas atividades diárias. Outros fatores também interferem, como a genética, a situação socioeconômica e o ambiente em que vivemos..
É fácil perceber isso hoje observando-se as mudanças causadas pela tecnologia no estilo de vida dos mais jovens. As atividades e brincadeiras ao ar livre, por exemplo, perderam espaço para telas e jogos eletrônicos. Os hábitos alimentares também mudaram. Hoje, consumimos mais alimentos ultraprocessados/processados ou fast-food, que ficaram mais acessíveis. Por isso, "muitas vezes" crianças e adolescentes consomem menos alimentos saudáveis.
Para compreender a obesidade infantil é preciso lembrar de suas diversas causas: Genética, alimentação, estilo de vida, medicamentos, hormônios, fatores psicológicos, sedentarismo, deficiências e complicações neurológicas. A obesidade está sempre acompanhada, o problema é que essas companhias não são das melhores.
O excesso de gordura no corpo pode desencadear ou agravar muitas doenças, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares (hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e embolia pulmonar), apneia do sono, alguns tipos de câncer, problemas no fígado e de circulação sanguínea.
A mudança do estilo de vida, que compreende reeducação alimentar e atividade física, é a base do tratamento clínico da obesidade. Sem ela, dificilmente se atingirá uma perda de peso necessária para melhorar a saúde e, muito menos, essa perda será duradoura. O ideal é uma equipe multidisciplinar trabalhar em conjunto, médicos, educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e se necessário fisioterapeutas. Se conhece alguém nessas condições, ajude! Obesidade é doença séria, estar acima do peso não é saudável e pode custar a vida!
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