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Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025

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Sem união e preservação de princípios, onde vai parar o movimento tradicionalista?

Vivemos um tradicionalismo de disputa e confrontos no dia a dia

Mário Terres - Tradicionalismo
Por Mário Terres -...
Sem união e preservação de princípios, onde vai parar o movimento tradicionalista?
Pedro Molnar
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O que move esse movimento tão grandioso que nasceu de manifestos “despretensiosos” de oito guris do colégio Julinho (Júlio de Castilhos), em Porto Alegre? Além da paixão que o Paixão nos legou, a organização e os interesses estabelecidos em cada um dos Centros de Tradição alinhados com as diretrizes do MTG. Esse alinhamento talvez não esteja tão “alinhado”, pelo menos foi o que pareceu nessa última eleição para presidente do Movimento.

Sendo rápido e rasteiro para elucidar a proposta dessa coluna, houve propriamente um confronto entre duas candidatas mulheres conceituadas e de prestígio no meio tradicionalista. Diga-se de passagem, mas que no embate, seus asseclas se perderam no afã da disputa. Disputa essa aliás que tem permeado o tradicionalismo como um todo.

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Vivemos um tradicionalismo de disputa e confrontos no dia a dia, e isso foi transparente nesse embate eletivo. O MTG separa o estado em regiões, para melhor ordenar as demandas e cada uma dessas regiões tem o seu coordenador. As duas candidatas eram coordenadoras de regiões distintas. Por capacidade e merecimento, ganharam prestígio e reconhecimento, dividindo o Rio Grande ao meio na hora de decidir quem seria melhor para a condução do movimento.

Recorreram os quatro cantos do estado oferecendo apoio, solicitando votos e explanando sobre suas propostas de trabalho. Foi algo inexplicável o encerramento dessa história, que talvez nem tenha encerrado completamente, mas que com certeza mancha os anais da história do MTG. Não pelo empate em si, mas pela falta de respeito com o qual alguns postulantes a cabos eleitorais conduziram o pleito, com o despreparo e desrespeito com que foi tratado o assunto e com tanta mazela que alguns pobres de espírito encararam os fatos.

Não relatarei minúcias, até porque não estava presente e, por mais que confie piamente em quem me repassou todos os fatos, não cometerei esse pecado. Gostaria de dizer coisas que deveriam ser propósito e meta de todos os que transitam e permeiam pelo Movimento: afetividade, respeito, fraternidade, ética. Enfim, tudo o que está escrito e lavrado nos alfarrábios do próprio MTG e que se foi pelo ralo em uma disputa.

Disputas tem moldado os eventos das entidades, mas será que disputar é o melhor caminho para perpetuar a tradição de um povo? Será que disputar deve trazer animosidades e causar tanta revolta entre pessoas e entidades que deveriam ser irmãos? Aliás, quando se encontram gostam de encher a boca e se chamarem de “co-irmãos”, mas por favor vão lavar as mentes e rever seus conceitos. Quando chamo alguém de irmão entrego a ele meu respeito e principalmente minha fidelidade, o que se vê no movimento hoje em dia é diferente disso, por favor, quanta falsidade.

No meu lapso de inteligência, trazendo minha ignorância à tona, pensando no melhor do MTG e num movimento forte e seguro dos passos futuros, o mais louvável, que poderia acontecer ao final de um empate na eleição, eram as duas candidatas, coesas e pensando no melhor para o tradicionalismo, darem-se as mãos e seguirem lado a lado a frente do MTG. Presidindo de forma harmoniosa e igualitária, unindo as suas chapas, elas fazendo com que as equipes de trabalho, pleiteassem juntas as mudanças necessárias nas bases do movimento.

Não somos realmente “tradicionalistas”. Mas existem, por vezes, outros interesses circundando as mentes nebulosas que não enxergam a oportunidade de tornar ainda mais forte e fraterno um movimento que abrange o mundo inteiro. Que lição poderiam ter dado ao mundo essas duas magníficas candidatas, unidas pela mesma causa, gerenciando, comandando, administrando o organismo de perpetuação das tradições de um povo? Mas deixaram passar a oportunidade, seria por orgulho, egocentrismo e outros interesses ocultos?

Não saberemos, restam agora feridas e farpas que focarão abertas por longo tempo, além de animosidades criadas por falta de vislumbrar o futuro e pensar apenas no curto prazo. Confundem-se as ideais, desabam as máscaras, ao ponto de antigos amigos se desentenderem e tornarem-se inimigos por não pactuarem com a mesma candidata.

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E a liberdade de escolha, o poder de decisão pessoal é relegado ao egoísmo por desconhecimento da essência daquilo tudo que o próprio MTG carrega em si. A tese de Barbosa Lessa tem uma parte grifada no subtítulo “O MOVIMENTO TRADICIONALISTA RIO-GRANDENSE” que é preciso ler com atenção e provocar a reflexão. É um documento base do movimento, escrito por um dos que, fundou e definiu os rumos desse.Abaixo do subtítulo leia-se:

“O fundamento científico deste movimento encontra-se na seguinte afirmação sociológica: qualquer sociedade poderá evitar a dissolução enquanto for capaz de manter a integridade de seu núcleo cultural. Desajustamentos, nesse núcleo, produzem conflitos entre indivíduos que compõem a sociedade, pois esses vêm a preferir valores diferentes, resultando, então, a perda da unidade psicológica essencial ao funcionamento eficiente de qualquer sociedade".

Diante de todo esse imbróglio, o que é que eu vou dizer pras crianças?


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