O sarampo voltou a apresentar casos na América do Sul, com a Bolívia registrando 229 confirmações em 2025. Diante desse cenário, estados brasileiros que fazem fronteira com o país vizinho intensificam os mecanismos de vigilância. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 22 casos importados da Bolívia, sendo a maioria detectada no Tocantins.
O vírus do sarampo é transmitido com alta facilidade, podendo infectar cerca de 90% das pessoas que estejam em contato próximo e não tenham sido imunizadas. A doença é reconhecida por apresentar sintomas como manchas no corpo, febre alta, tosse, conjuntivite, falta de apetite e sensação geral de mal-estar. Entre as possíveis complicações estão pneumonia, encefalite e desidratação.
Em novembro do ano passado, o Brasil recebeu o certificado de país livre do sarampo. Contudo, a circulação do vírus em outros países e a redução da cobertura vacinal em diversas regiões do mundo representam risco de retorno da doença no território nacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef apontam que os casos na Região Europeia dobraram em 2024, refletindo a queda nas taxas de imunização pós-pandemia de Covid-19.
Para manter o status de controle do sarampo, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação com a vacina tríplice viral, disponível na rede pública para pessoas de 6 meses a 59 anos. O esquema vacinal infantil prevê duas doses, aos 12 e 15 meses. Adultos que não possuem esquema completo devem receber doses conforme a faixa etária: duas doses para até 29 anos e uma dose para 30 a 59 anos.
Em situações em que o registro vacinal não está disponível, o sistema de saúde indica a vacinação de acordo com o protocolo para a idade da pessoa. Campanhas de vacinação são realizadas regularmente, incluindo ações em locais de grande circulação, como terminais de transporte público.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), iniciado em 1973, tem papel central na eliminação de doenças como sarampo, poliomielite e rubéola no Brasil. Entretanto, a cobertura vacinal apresentou queda significativa a partir de 2015, o que eleva o número de pessoas suscetíveis e aumenta o risco de novos surtos.
Diante do cenário atual, as autoridades de saúde recomendam a manutenção da vigilância epidemiológica e a ampliação da vacinação para evitar a reintrodução do sarampo no país.
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