Uma borboleta nasceu com uma característica extraordinária: seu corpo é dividido ao meio, apresentando metade com características masculinas e metade com características femininas. Esse fenômeno, conhecido como ginandromorfismo bilateral, é extremamente raro, mas já foi observado em outros animais, como insetos, aves e crustáceos.

Nos insetos, o processo é relativamente bem compreendido. Pesquisadores acreditam que isso ocorre quando dois espermatozoides fertilizam o mesmo óvulo: um se funde com o núcleo normalmente e dá origem à metade fêmea, enquanto o outro se desenvolve de forma independente, resultando na metade macho. Assim, os dois sexos coexistem em um único organismo.
Em aves, por exemplo, há diferentes hipóteses para explicar o fenômeno. Uma delas sugere que ginandromorfos seriam quimeras formadas pela fusão de dois embriões distintos. Outra possibilidade é que ocorra uma falha na separação dos cromossomos sexuais na primeira divisão celular do embrião.

Nem sempre o resultado é uma divisão tão perfeita quanto no caso da borboleta. Em muitos animais, o ginandromorfismo cria uma espécie de “colcha de retalhos” de células masculinas e femininas espalhadas pelo corpo. Ainda assim, quando a divisão bilateral é visível, o efeito chama atenção não apenas pela raridade, mas também pela beleza impressionante.
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