A Polícia Civil está investigando um possível esquema de prostituição na festa que foi interrompida pela Brigada Militar em Eldorado do Sul, na madrugada de sábado (23). O evento foi anunciado como a maior festa clandestina do Brasil. Organizado pelas redes sociais, exigia o máximo de sigilo aos participantes. Mulheres teriam sido contratadas e levadas ao local de van e ônibus para fazer programas com clientes.
Leia mais do Guaíba Online:
- Três regiões do RS passam de bandeira laranja para amarela na terceira rodada do Distanciamento Controlado
- Brigada detém três indivíduos em Guaíba que portavam 101 pedras de crack, 16 porções de maconha e duas armas de fogo
Previsto no artigo 268, que tem sido aplicado para quem desrespeita as normas de distanciamento durante a pandemia, dois homens foram identificados como organizadores da festa e levados pela polícia para prestar esclarecimentos. Eles foram enquadrados em crime contra a saúde pública, por "infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa".
Todos os participantes que estavam no local foram identificados e podem ser chamadas a depor. Se ficar comprovada situação de prostituição, os responsáveis podem responder pelos crimes previstos nos artigos 229 ou 230 do Código Penal, a depender ainda da apuração, que continua.
Na noite de sexta-feira, o setor de inteligência do 31º BPM, sediado em Guaíba, recebeu informações sobre a festa de música eletrônica que aconteceria em Eldorado. Em Porto Alegre, o setor de inteligência do 9º BPM já havia alertado sobre a saída de um ônibus do Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. No local foi feito o o embarque de mulheres na van e no ônibus. A polícia então seguiu os veículos.
A festa ocorreria nas dependências de uma pousada, no Parque Eldorado, onde estavam instalados sistema de som e de iluminação. Imagens feitas por policiais mostraram as bebidas que seriam servidas no local. Segundo os policiais envolvidos na ação, eles ficaram impressionados com a falta de cuidados sanitários no local. Como se não estivessem enfrentando uma pandemia, não havia máscaras, álcool gel nem luvas.
Um grupo de WhatsApp com 107 membros e um perfil fechado no Instagram com cem seguidores serviram como lista de convidados. Apenas pessoas incluídas nessas duas plataformas teriam acesso ao transporte - a polícia ainda sabe que alguns participantes foram para o local com veículos particulares. Os policiais ainda apuram informações de que havia um preço fixo relacionado a quantidade de dias que a pessoa participaria do evento, conforme foi anunciado, podendo ter duração de um a três dias.
Comentários: