Há 50 dias, militares do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil do Rio Grande do Sul (RS) estão atuando no estado, auxiliando na assistência às vítimas das fortes chuvas que atingiram a região no final de abril.
Desde o início da operação, em 7 de maio, os fuzileiros navais já resgataram mais de 616 pessoas e 114 animais. Além disso, realizaram 917 atendimentos veterinários, trataram 263 mil litros de água, desobstruíram e removeram 4.211 metros cúbicos de escombros das vias e transportaram 812,6 toneladas de donativos.
A atuação dos fuzileiros navais se concentra nas cidades de Guaíba, Eldorado do Sul e na região das ilhas de Porto Alegre. Nas áreas mais afetadas, como a Ilha da Pintada, foi instalada uma base de operações avançadas para garantir agilidade nas ações de resgate e assistência.
Escolas reabertas
Duas escolas em Guaíba, a Santa Rita de Cássia e a Otaviano Manoel de Oliveira Júnior, foram reinauguradas com o apoio dos fuzileiros navais, beneficiando cerca de 2.100 alunos. Ações cívico-sociais também foram realizadas, somando mais de 6 mil atendimentos em cinco dias.
Carros Lagarta Anfíbios em ação
Com o novo aumento do nível do Guaíba, os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnfs) voltaram a ser utilizados para auxiliar no resgate de pessoas e no transporte de água, alimentos e itens de primeira necessidade.
O trabalho dos fuzileiros navais tem recebido grande reconhecimento da população gaúcha. "Em Guaíba, o Grupamento segue trabalhando na Escola Doutor Solon Tavares; em Eldorado do Sul, na escola Professora Luiza Maria Binfaré Cézar; e na região das ilhas, nas escolas Almirante Barroso e Ilha da Pintada", conta o Comandante do Grupamento, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Carlos Eduardo Gonçalves da Silva Maia.
Experiência para os fuzileiros navais
Para o Segundo-Tenente (Auxiliar Fuzileiro Naval) Vander Lisboa Ceribeli, que está em operação no RS desde 12 de maio, o momento mais marcante foi o dia 23 de maio, quando as águas voltaram a subir, alagando o bairro Santa Rita, em Guaíba. "As pessoas retornaram havia pouco tempo para as suas casas, e foram pegas de surpresa. Naquele dia resgatamos centenas de pessoas e dezenas de animais. Na hora, a gente precisa se manter equilibrado, para ajudar. Quando passa o evento, é que temos a dimensão do estrago e da rapidez com que tudo aconteceu", detalhou.
"Estávamos todos no segundo andar. A água já havia chegado a 2,60 metros e foi muito difícil descer. Os guris me ajudaram. Eu estava chorando muito, estava nervosa, e eles estavam ali o tempo inteiro", destaca Iêda Corrêa Fagundes, 57 anos, uma das pessoas resgatadas pelos fuzileiros navais.
"Fui resgatada da enchente na Cohab e fiquei no abrigo Pedras Brancas. Perdi tudo e a volta não é fácil. Ainda não consegui limpar tudo, falta a casa da minha mãe, que também é moradora da Cohab. São muitas emoções: a primeira de alívio por ter sido resgatada, a segunda é de tristeza por perder lembranças e memórias. Não é fácil o recomeço, mas é possível", desabafa Sheila Machado de Souza, 39 anos, outra moradora resgatada.
Operação "Taquari 2"
A Operação "Taquari 2", que reúne militares da Marinha em apoio às cidades gaúchas atingidas pelas chuvas, já conta com mais de 3 mil militares empregados; 11 helicópteros; 80 embarcações; 231 viaturas; cerca de 50
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