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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025

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Pela 1ª vez no mundo, obesidade infantil ultrapassa desnutrição em escala global, aponta Unicef

Relatório com dados de mais de 190 países mostra aumento de excesso de peso entre crianças e adolescentes, enquanto desnutrição diminui

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Pela 1ª vez no mundo, obesidade infantil ultrapassa desnutrição em escala global, aponta Unicef
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indica que, pela primeira vez na história, a obesidade infantil superou a desnutrição como a principal forma de má nutrição global. Dados coletados em mais de 190 países mostram que aproximadamente 391 milhões de crianças e adolescentes estão acima do peso, sendo 188 milhões com obesidade.

Entre 2000 e 2025, a prevalência de desnutrição em jovens de 5 a 19 anos caiu de 13% para 9,2%, enquanto as taxas de obesidade aumentaram de 3% para 9,4%. Apenas na África Subsaariana e no Sul da Ásia a desnutrição ainda é mais comum que a obesidade.

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No Brasil, a obesidade infantil já supera a desnutrição desde o ano 2000. Em 2022, 15% das crianças e adolescentes apresentavam obesidade, ante 3% com desnutrição. O sobrepeso, por sua vez, passou de 18% para 36% no mesmo período.

O relatório destaca que países das Ilhas do Pacífico apresentam os maiores índices de obesidade infantil, acima de 30%, e associa a tendência à substituição de alimentos tradicionais por produtos ultraprocessados. Outros países de alta renda, como Chile (27%), Estados Unidos (21%) e Emirados Árabes Unidos (21%), também registram índices elevados de obesidade entre crianças e adolescentes.

Segundo o Unicef, ambientes alimentares influenciam os padrões de consumo infantil, com alimentos ultraprocessados e fast foods presentes em escolas, comércios e promovidos por marketing digital. O excesso de peso nessa faixa etária está associado a maior risco de resistência à insulina, hipertensão e doenças crônicas, como diabetes tipo 2, cardiovasculares e alguns tipos de câncer.

A organização alerta que, sem ações de prevenção, os custos econômicos globais relacionados à obesidade infantil podem ultrapassar US$ 4 trilhões por ano até 2035. O relatório cita políticas de alguns países, incluindo o Brasil, como restrição de ultraprocessados no Programa Nacional de Alimentação Escolar, proibição de propagandas de alimentos não saudáveis para crianças, rotulagem frontal e eliminação de gorduras trans na produção de alimentos.

FONTE/CRÉDITOS: Contém informações da Agência Brasil
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