TVGO | Guaíba Online

Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024

🏭 Economia e Negócios

Proposta quer que veículos com mais de 20 anos de fabricação passem a pagar IPVA no RS

Isenção de imposto será prevista apenas para veículos com mais de 40 anos de fabricação

Redação TVGO
Por Redação TVGO
Proposta quer que veículos com mais de 20 anos de fabricação passem a pagar IPVA no RS
IMPRIMIR
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

Se a  proposta de reforma tributária  do governador Eduardo Leite for aprovada na Assembleia Legislativa, cerca de 2 milhões de veículos antigos (28% da frota) um total de  2,5 milhões beneficiados, deixarão de ser isentos de IPVA no Rio Grande do Sul. Atualmente, a medida vale para os modelos com mais de 20 anos. Com a mudança, serão contemplados apenas os casos a partir de quatro décadas (cerca de 500 mil). Se aprovada, a proposta entra em vigor em 2021 e os  proprietários de modelos fabricados de 1982 para cá passarão a contribuir. 

Leia também: Prefeito José Sperotto dá entrevista exclusiva ao Guaíba Online; veja as respostas

Da frota total do Estado (6,92 milhões de veículos em 2019), 54% são tributados e 46% não são.  O objetivo do governo é reverter isso, fazendo com que 75% paguem IPVA e apenas 25% continuem isentos. Em compensação, o governo quer reduzir a tributação sobre o ICMS em itens como energia elétrica, telecomunicações, gasolina e álcool. Conforme o governo, o impacto do conjunto de medidas na arrecadação será de R$ 744 milhões anuais a partir de 2021. A título de comparação, a receita bruta de IPVA foi de R$ 3 bilhões em 2019, lembrando que 50% do valor fica com as prefeituras.

Leia Também:

Táxi, lotação, ônibus, transporte escolar e veículos de instituições sociais terão suas isenções mantidas. Os demais só não serão tributados se o imposto apurado for menor do que uma Unidade Padrão Fiscal (UPF), equivalente a R$ 20,30. Atualmente, o limite é de quatro UPFs (R$ 81,20). Essas alterações, segundo cálculos da Secretaria Estadual da Fazenda, poderão render R$ 110 milhões a mais aos cofres do Estado por ano, de um total de R$ 744 milhões previstos com o conjunto de modificações no IPVA. As ações incluem ainda a elevação da alíquota de automóveis e caminhonetes de 3% para 3,5%.

Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual, alega que os contribuintes afetados pelas mudanças serão compensados de outras formas. Uma delas é a redução de ICMS sobre itens como energia elétrica, telecomunicações (celular, internet) e combustíveis (gasolina e álcool). Nesses casos, o ICMS cairá cinco pontos percentuais, de 30% para 25%. 

O proprietário de um Gol 1000 ano 1993 de valor médio tabelado em R$ 6,4 mil, por exemplo, hoje não paga nada. Com a mudança, ele teria de desembolsar R$ 223,06 em IPVA. Se ele gasta R$ 500 por mês em gasolina, essa conta cairá, na teoria, para R$ 467 (R$ 33 a menos), segundo os cálculos da Receita. Em um ano, a economia poderia chegar a cerca de R$ 400. A redução, nesse caso específico, ficaria acima do gasto com o IPVA. Este ponto não dependerá somente do governo - os postos de combustíveis terão de repassar a redução de ICMS ao consumidor final.

Veja o que vai mudar

  • Serão isentos veículos fabricados há mais de 40 anos (e não 20 anos, como hoje) 
  • Instituir prazo para pagamento de IPVA nos casos de veículos usados adquiridos em leilões (hoje, isso não está formalizado em lei)
  • O valor mínimo do IPVA cairá de quatro Unidades de Padrão Fiscal (UPF) para uma UPF. O valor da UPF, hoje, é de R$ 20,30
  • Haverá redução dos benefícios de Bom Motorista: com três anos sem infrações, o desconto cairá de 15% para 5%; dois anos sem infrações, de 10% para 3%; e um ano sem infrações, de 5% para 2%

O que não vai mudar

  • Não há mudanças no diesel (a carga permanece 12%)
  • Não há mudanças no IPVA de motos e caminhões (alíquotas de 2% e 1%, respectivamente)
  • Seguem as isenções para táxi, lotação, ônibus, transporte escolar, lotação, veículo de instituições sociais
  • Não aumentam os custos do transporte público urbano
  • Não há mudança nos custos do transporte de carga 
  • O desconto para quem pede CPF na Nota Fiscal segue com antes, podendo chegar a até 5% para quem pedir mais notas

 

 

 

Comentários: