Prefeito José Sperotto dá entrevista exclusiva ao Guaíba Online; veja as respostas

O jornal Guaíba Online entrevistou o prefeito de Guaíba, José Sperotto, dentro do novo Hospital Berço Farroupilha. Na oportunidade, foi possível realizar alguns questionamentos ao prefeito sobre o hospital recém inaugurado, coronavírus, asfaltamento de ruas da cidade, preservação de patrimônio, campanha eleitoral, governo federal e odiadores de sua gestão. Confira abaixo as perguntas e respostas completas:

GO: Com mais de três anos e meio de mandato, como o senhor avalia sua gestão até agora? Do que foi prometido, o que ainda não deu pra fazer? E como foi o processo para transformar o antigo Pronto Atendimento Solon Tavares no Hospital Berço Farroupilhal?

Sperotto: Eu venho da iniciativa privada, onde a gente manda fazer as coisas e elas acontecem. No público, a legislação arcaica trava muito o andamento e nem sempre as coisas saem. Por exemplo, nossa previsão era abrir o novo hospital com maternidade em março deste ano, mas com a pandemia o governo do estado nos pediu para abrir primeiramente os leitos para Covid-19, e depois vamos continuar com a maternidade. Mas é muito positivo, pois estamos abrindo com 10 leitos de UTI e 30 leitos clínicos. Também, quando eu assumi tínhamos só dois respiradores para o PA Solon Tavares (Regional) e agora temos 10 respiradores. Me sinto desgastado, há muito trabalho e muita luta nossa, mas também há o desgaste emocional. Confesso que às vezes dá vontade de chutar o balde, porque assim como tem muita gente boa e que nos ajudou nos projetos, há muita gente do mal e que não quer as melhorias. Dá pra acreditar numa coisa dessas? Mas se Deus quiser, vamos salvar muitas vidas aqui e voltar a ter nascimento de guaibenses.

GO: Quando será finalmente aberta a maternidade aqui no novo hospital?

Sperotto: Quando acabar a pandemia. Acabou a pandemia e nós estamos inaugurando a maternidade.

GO: Guaíba tem hoje praticamente 500 casos confirmados de Covid-19 e 16 mortes. O senhor concorda com a bandeira vermelha instituída pelo Distanciamento Controlado do Governo do Estado? O que o senhor acha da maneira que o governador Eduardo Leite está administrando a crise pela pandemia?

Sperotto: O governador está embasado em estudos técnicos, mas ele teve atitude. E nós também, pois desde o dia 13 de março criamos o comitê de enfrentamento ao coronavírus, com um equipe técnica de profissionais da saúde que vem nos assessorando. Só que tenho que seguir os decretos estaduais porque sou obrigado por lei.

GO: E sobre infraestrutura. Nós recebemos muitos relatos de leitores informando a má condição que se encontram suas ruas e avenidas. Recentemente, foi dado início no programa de pavimentação, através de empréstimo do Badesul, de algumas vias importantes da cidade com a travessa Pedras Brancas e avenida Valter Hoff. Porém ainda há muitas ruas esburacadas em Guaíba que merecem atenção. A ideia é expandir esse programa para atingir tais ruas ou ele para por aí?

Sperotto: Bom, a minha prioridade sempre foi a saúde. O foco foi deixar a saúde em primeiro lugar. Mas por ser arquiteto, eu penso na urbanização da cidade. Começa pela revitalização da orla (Beira), e vai também para os bairros. Por exemplos, nós chegamos na Praia da Florida e a população não enxergava mais a água. Fizemos a limpeza e o pessoal veio nos agradecer. Tem também a revitalização da Praia da Alegria, através de uma parceria com a CMPC. Guaíba estava na classe C do sistema de financiamento nacional, então não tínhamos credibilidade para pegar empréstimos. Conseguimos evoluir para a classe A e os bancos hoje querem nos emprestar. Com o dinheiro que pegamos do Badesul vamos pavimentar algumas vias importantes, mas não vai dar pra fazer tudo. Mas sim, o projeto continua para mais adiante levar asfalto para a cidade como um todo.

GO: Recentemente tivemos a queda de parte da estrutura do Matadouro São Geraldo, Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS. Sua chaminé, por exemplo, ameaça cair a qualquer momento. Foi lançado o projeto "Salve o São Geraldo", pela AMA Guaíba. Ainda, existe um plano, apoiado por entidades da área, de implementar ao redor do local o Parque Ecológico Morro José Lutzenberger. O que falta para este projeto andar e sair do papel?

Sperotto: Nunca paramos nesse ponto, mas existe uma parte muito burocrática em termos de documentação e liberação, incluindo Fepam e outros. Também, é uma propriedade particular, ou seja, o dono vai querer receber algo. É uma conjuntura muito complexa. Meu desejo é que ele se transforme em um parque moderno e educativo, não só para preservar a vegetação mas para deixar conhecimento para as próximas gerações.

GO: Temos alguns pré-canditado(as) já confirmados para as Eleições Municipais de Guaíba em 2020, podendo citar como exemplo Marcelo Maranata (PDT), Claudinha Jardim (DEM) e Pedro Narciso (Patriotas). O senhor será candidato à reeleição para prefeitura de Guaíba?

Sperotto: Não tenho como te afirmar porque confesso que não estou pensando em eleição ainda. Estava agora muito focado nessa questão do hospital. Mas existem projetos importantes que eu ainda gostaria de fazer na cidade e também buscar mais recursos para cá.

GO: O presidente de seu partido (PTB), Roberto Jefferson, declarou em recente entrevista à Jovem Pan que gostaria muito de ter o presidente Jair Bolsonaro no PTB, dizendo que o partido está aberto a recebê-lo. O senhor compactua dessa mesma visão? Qual sua opinião sobre a gestão do atual presidente?

Sperotto: Faz bastante tempo que não consigo acompanhar de perto essas questões políticas. Apesar de eu fazer parte do núcleo executivo do PTB, e sou tesoureiro estadual do partido, não temos conversado sobre isso ainda.

GO: Exitem páginas e grupos nas redes sociais na cidade que criticam o senhor e sua gestão diariamente. Alguns usuários mencionam que tais donos das páginas e grupos disseminam o ódio entre as pessoas e têm interesses em cargos políticos. O senhor tem algum recado ou algo a dizer para eles?

Sperotto: Olha, quem está fazendo isso não tem amor ao próximo porque, primeiro, não tem amor próprio. Quando eles passarem a ser mais felizes a vida deles vai mudar para muito melhor. Hoje, eles são infelizes com eles mesmos.

Foto: Camilla Swider