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Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025

🚔 Segurança e Justiça

Rio de Janeiro registra mais de 60 mortos e 80 presos em operação contra o Comando Vermelho

Ação mobilizou 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha e é considerada a mais letal da história do Estado

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Rio de Janeiro registra mais de 60 mortos e 80 presos em operação contra o Comando Vermelho
Fernando Frazão/Agência Brasil
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Uma grande operação policial realizada na terça-feira (28) no Rio de Janeiro resultou em mais de 60 mortes e 81 prisões. A ação, considerada a mais letal já registrada no Estado, integra a Operação Contenção — uma ofensiva permanente contra a expansão do Comando Vermelho (CV) em diferentes regiões fluminenses.

A ofensiva foi conduzida após um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Cerca de 2.500 policiais civis e militares cumpriram 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão em comunidades dos complexos do Alemão e da Penha, onde vivem aproximadamente 280 mil pessoas.

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Entre os detidos estão Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, apontado como liderança da facção, e Nicolas Fernandes Soares, suspeito de atuar como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos principais alvos da operação. O governo estadual oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à captura de Doca.

Os confrontos resultaram na morte de quatro policiais e de dezenas de suspeitos. Foram apreendidos 75 fuzis, duas pistolas, nove motocicletas e uma quantidade não contabilizada de entorpecentes.

Durante a tarde, ocorreram represálias em diferentes áreas da Região Metropolitana, com bloqueios em vias, ataques a ônibus e interdição de acessos importantes, como a Avenida 20 de Janeiro, próxima ao Aeroporto Internacional do Galeão. O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível de atenção da cidade para “Estágio 2”, e as atividades administrativas da Polícia Militar foram suspensas para priorizar o patrulhamento.

O impacto se estendeu a serviços públicos e privados. Ao menos 49 escolas e diversas universidades cancelaram as aulas, e empresas liberaram funcionários mais cedo devido à insegurança. Linhas de ônibus foram desviadas ou interrompidas após a utilização de veículos como barricadas.

Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro afirmou que o Estado não recebeu apoio federal para o uso de blindados das Forças Armadas e ressaltou que a operação seguiu as normas da ADPF 635, sob acompanhamento do Ministério Público. O secretário de Segurança, Victor Santos, declarou que o Estado enfrenta limitações para combater o crime organizado sem apoio externo, destacando as dificuldades de acesso e controle em áreas dominadas por facções.

O Ministério da Justiça, por meio de nota, informou que o governo fluminense não solicitou participação da Força Nacional nesta operação específica, mas afirmou ter atendido a todos os pedidos anteriores desde 2023. O ministro Ricardo Lewandowski reforçou que a responsabilidade pela segurança pública é dos governos estaduais e defendeu maior integração entre forças federais, estaduais e municipais por meio de uma proposta de emenda constitucional sobre o tema.

A Operação Contenção segue em andamento, com equipes ainda mobilizadas nas comunidades e buscas por suspeitos foragidos. As autoridades estaduais avaliam novas etapas da ação nos próximos dias.

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