Primeiros resultados apontam arsênio em vítimas de envenenamento em Torres, no RS
Análises iniciais realizadas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes confirmaram a presença de arsênio no sangue de uma das vítimas fatais e dos dois sobreviventes de uma possível intoxicação alimentar em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A substância é altamente tóxica e pode ser letal, conforme apontado pelos exames. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que agora apura se houve envenenamento deliberado.
O delegado responsável pela investigação, Marcos Vinícius Veloso, revelou à RBS TV que, além da vítima fatal Neuza Denize Silva dos Anjos, que faleceu devido a "choque pós intoxicação alimentar", os sobreviventes, uma criança de 10 anos e a mulher que preparou o bolo, também apresentaram níveis elevados de arsênio no sangue. Ambos continuam internados em estado estável.
O bolo, consumido por sete pessoas durante uma confraternização familiar, pode ser o responsável pela intoxicação. A mulher que o preparou foi a única a ingerir duas fatias do alimento e foi a que apresentou a maior concentração de arsênio. No entanto, a Polícia Civil ainda investiga se o caso trata-se de envenenamento intencional ou intoxicação alimentar acidental.
Em relação ao arsênio, o professor de Toxicologia André Valle de Bairros, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), explicou que a substância é inodora e insípida, sendo extremamente letal quando ingerida em altas concentrações. O arsênio é proibido para uso comercial como raticida no Brasil, mas pode ser empregado de forma controlada em tratamentos oncológicos.
Além disso, a Polícia Civil também está investigando uma morte ocorrida em setembro, de um outro familiar da mulher que preparou o bolo. Ele teria falecido por intoxicação alimentar, mas a morte não foi inicialmente investigada e agora a polícia solicitou a exumação do corpo.
O caso segue sendo apurado, e os resultados das necropsias das vítimas fatais devem ser divulgados na próxima semana.
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