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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025

🏥 Saúde

Casos de envenenamento criminoso atingem recorde no país e somam 560 no primeiro semestre de 2025

Dados do Ministério da Saúde indicam aumento de 9% em relação a 2024 e 15 mortes confirmadas; especialistas pedem novas regras para venda de substâncias tóxicas

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Casos de envenenamento criminoso atingem recorde no país e somam 560 no primeiro semestre de 2025
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O Brasil registrou 560 casos de envenenamento criminoso no primeiro semestre de 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. O número representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram notificados 513 casos, e é o mais alto desde 2007. Quinze pessoas morreram entre janeiro e junho deste ano, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Os registros apontam ainda que nove pessoas ficaram com sequelas, enquanto 407 se recuperaram sem complicações. Outras ocorrências seguem sem informação sobre o desfecho clínico. Desde 2007, o país contabiliza 11.630 casos de envenenamento criminoso, com 220 mortes confirmadas.

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De acordo com o Sinan, os medicamentos são as substâncias mais usadas em casos de envenenamento, com 300 registros em 2025, seguidos pelos raticidas, com 38 notificações. O “chumbinho”, produto proibido, aparece entre os agentes mais recorrentes.

Nos últimos dez anos, o número de internações por intoxicação proposital manteve uma média mensal de 28 casos, totalizando 3.461 hospitalizações no período, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede). A entidade ressalta a importância de treinamento médico, disponibilidade de antídotos e notificação correta para orientar políticas públicas.

A toxicologista Juliana Sartorelo, coordenadora do comitê de toxicologia da Abramede, avalia que a ampliação da fiscalização e o controle da comercialização de produtos químicos são medidas necessárias para conter o avanço dos casos. Ela defende também ações preventivas e programas voltados à saúde mental.

O Ministério da Saúde informou que a responsabilidade pelas ações de combate aos envenenamentos é do Ministério da Justiça, que mantém o Sistema de Alerta Rápido (SAR) para monitorar ocorrências envolvendo substâncias tóxicas.

Entre os casos registrados em 2025, estão os de Parnaíba (PI), onde seis pessoas da mesma família morreram após ingerir alimento contaminado; e o de Ribeirão Preto (SP), em que uma professora de pilates foi envenenada com chumbinho. Houve ainda mortes por ingestão de produtos contaminados em Imperatriz (MA), Natal (RN) e Itapecerica da Serra (SP).

Com os dados ainda em consolidação, o número total de ocorrências em 2025 pode aumentar, já que parte dos casos, como os de intoxicação por metanol, ainda não foi incluída no sistema.

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