Uma professora de uma escola particular de educação infantil em Passo Fundo responde na Justiça por lesão corporal contra um aluno de três anos. O caso, ocorrido em junho de 2024, veio à tona após os pais da criança terem acesso a imagens das câmeras de monitoramento da instituição. O vídeo registra a professora utilizando um objeto plástico para agredir o estudante dentro da sala de aula.

O episódio aconteceu na Escola Sonho Meu, onde a criança estava matriculada entre 2023 e 2024. No dia 5 de junho de 2024, a mãe percebeu um hematoma na cabeça do filho. No dia seguinte, notou uma lesão na orelha e, posteriormente, marcas nos braços. Segundo relato da família, ao buscar esclarecimentos na escola, não obteve respostas imediatas. Apenas após insistência, na semana seguinte, os pais tiveram acesso às gravações que confirmaram a agressão. No mesmo dia, registraram boletim de ocorrência e decidiram retirar o filho da instituição.
A professora Juliana Marchetto Cardoso foi desligada da escola ainda em junho de 2024. No mesmo mês, a Polícia Civil concluiu o indiciamento por lesão corporal. Em abril de 2025, ela prestou depoimento em audiência criminal, na Vara Criminal de Passo Fundo, admitindo a agressão e justificando que teria reagido ao choro constante do aluno durante as atividades. O processo penal tramita em segredo de Justiça.
Além da esfera criminal, a família ingressou com uma ação cível contra a professora, que está em fase de audiência de instrução. O objetivo é a reparação dos danos sofridos pela criança e seus responsáveis.
A defesa da professora, representada pelo advogado Wagner Boeira dos Santos, afirmou em nota que a profissional colaborou com as investigações desde o início e que se afastou das funções após o episódio. A defesa ressalta que não houve reiteradas agressões e que qualquer definição caberá ao Judiciário, destacando que ainda não houve decisão de mérito. Segundo o advogado, a professora busca reestruturação pessoal, com acompanhamento psicológico e participação em cursos.

Já a defesa da escola declarou que todas as providências legais foram tomadas desde que o caso foi identificado. A instituição informou ter prestado apoio à família e às autoridades competentes, além de confirmar o desligamento imediato da professora envolvida. A nota reforça que os processos seguem em andamento e que eventuais responsabilidades serão analisadas judicialmente.
Atualmente, o caso permanece em tramitação tanto na esfera penal quanto na cível, sem decisão definitiva. A criança, desde a ocorrência, foi transferida para outra instituição de ensino.
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