Segue a pandemia internacional e nossa vida mudou. Esse tal de coronavírus veio não só para pôr o mundo em polvorosa, mas para frear a correria frenética da sociedade e fazê-la (tentar) perceber que SER é bem mais importante do que TER.
Estamos usando os celulares realmente com um fim necessário, rebuscamos nas casas a harmonia de conviver em comunhão, afinal temos que nos reacostumarmos a conviver muito mais tempo juntos, somos operários da vida, corredores do capitalismo, passamos o dia fora e chegamos em casa estressados, cansados, carregados, endividados, preocupados, sem tempo de conversar, de escutar, de abraçar e até mesmo de orar.
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Sobra desculpas para a fuga do afeto e da fraternidade, assim como sobra disposição para fazer tantas coisas fora e nada dentro.
É isso que o vírus traz em si, ameaça de fora para que nos fortaleçamos por dentro. Nossa casa será nosso forte, nosso hospital, nosso parque, nossa fazenda, nosso shopping, nosso templo mais sagrado. Buscamos tanto fora e a cura está dentro. Aproveitemos o que as mazelas do mundo nos impõem e treinemos novamente a fraternidade, o amparo, o diálogo, o afeto e a meditação.
Afinal, nós, a maioria de pais, tios e avós, somos de uma geração em que os celulares ainda estavam para ser descobertos e as brincadeiras tinham que ser inventadas porque brinquedo era algo caro demais. Nossos pais trabalhavam para que tivéssemos mesas fartas e não roupeiros lotados ou calçadeiras estufadas, muito menos caixas e mais caixas de brinquedos.Fomos amolecendo de um jeito que o “não” para os filhos ficou proibido e hoje vemos que eles acabaram se tornando fracos (grande parte) ao invés de lutadores. Não tínhamos tempo de parar e analisar, passávamos o dia fora e a forma de cobrir a ausência era sendo complacente e materialista. Não posso te dar atenção, te dou um brinquedo.
Aproveitemos o tempo em casa, para buscar a força e a razão da vida, revigorando nosso senso de necessidade básica, esvaziando os armários a medida que o tempo passa, mas enchendo a mente e os corações na bondade que o lar doce lar nos proporciona.
Os CTGs estão vazios, os bares, restaurantes, armarinhos, bazares, lojas tudo está vazio, porque não precisamos e não devemos estar na rua, na vida frenética de todos os dias. Esse é o momento de enchermos o coração e a mente de sentimentos e coisas boas, esses nunca devem estarem vazios.
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Não encanem com falsas ideologias ou teorias da conspiração, o corona vírus ou COVID-19 não foi demanda do diabo, nem praga de Deus, não foi fabricado, nem é da guerra biológica, nem os Chineses que querem dominar o mundo, pode ter sido obra do destino, que se cansou de dar oportunidades pra gente madurecer enquanto humanidade e praticar as coisas de humanos: Afeto, amor, alegria, respeito, caridade, gratidão, fraternidade, afinal alguns esquecem que caixão não tem gaveta e pra onde a gente vai depois que morre a conta bancária daqui não continua a render juros e dividendos por lá.
Em casa, seguindo as orientações (quem tem esse privilégio) começamos a olhar o mundo diferente, os pássaros sempre param nas grades para descansar, emprestar seu canto e seguirem, as fotos em papel, aquela que batíamos os retratos e mandávamos revelar, trazem tanta história e lembranças, que se não fosse essa parada, nunca mais iríamos olhar e relembrar. Perceber que somos muito parecidos com as árvores, em tempo que estamos viçosos e dando frutos, muitas formigas, passarinhos, cascudos, grilos e outros insetos estão a nossa volta, mas quando recebemos o outono em nossas vidas, quando as nossas folhas secam e caem e o inverno nos arrebata com força, são poucos que voltam a nos habitar, assim são os amigos, os eu são e os que passam...
Agora temos tempo para fazer carinho no cachorro, jogar cartas com os filhos e a esposa, escutar a voz muda dos ventos, perceber até o quanto a grama cresce de um dia para o outro.
Podemos de tudo, menos pensar que é coisa pouca e sair à rua e nos arriscarmos, colocando em risco nossos entes queridos. Se não formos zelosos e prevenidos, se não agirmos com cautela, amor, afeto e carinho, permanecendo no nosso castelo precioso, nosso lar, cuidando de todos que amamos e nos amam, nada valerá a pena. Não estamos exilados, em confinados ou de quarentena, estamos sim ganhando uma oportunidade do universo para amar e valorizar os que nos cercam, os que nos amam, paramos para refletir, ainda somos bem quistos pelo universo, ele nos permite escolher parar e reaprender ou prosseguir e se extinguir. Hoje os abraços são restritos, mas o tempo precioso para entendermos que ainda há esperança em que transformemos o mundo em um lugar melhor para se viver.
Só haverá transformação se começar cada um em seu coração, quando eu lapidar minha pedra e transformá-la em uma jóia, daí posso ajudar o mundo a transformar minha família, minha comunidade e minha cidade, mas olhando pra dentro verei que o trabalho é árduo antes de poder olhar pra fora.
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Afinal bancamos exímios julgadores ao avaliar todos a nossa volta, mas o instrumento mais poderoso para isso é o espelho, nele o reflexo não mente, está ali retratado o “eu” verdadeiro de cada julgador. Façamos cada um nossa parte...
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